O checo Lubomír Vlk, antigo jogador do FC Porto, confessou, numa entrevista, que conduzia com a carta de Pinto da Costa e a polícia estava a par da situação.
Em jeito de antevisão do Portugal vs. Chéquia desta terça-feira, o Zerozero esteve à conversa com o antigo lateral-esquerdo do FC Porto Lubomír Vlk.
O checo, agora com 59 anos, chegou à Invicta em 1990, onde permaneceu nos dragões durante três temporadas. Vindo de um contexto geopolítico conturbado (na altura da Checoslováquia), Vlk conta como o Porto foi um choque de realidade.
“Fui para o Porto no verão de 1990. Podíamos andar à vontade na rua, até à meia-noite. Para mim era um mundo novo. Eu tinha vivido toda a vida numa ditadura comunista, até 1989 e à Revolução de Veludo”, contou o ex-jogador.
Mas o Porto era diferente, havia “gente alegre, feliz, livre”… e alguns assaltos.
Na mesma entrevista, Vlk contou que ficou sem documentos, após o seu carro ter sido assaltado.
O antigo defesa checo estava “muito preocupado”, porque precisava da carta de condução para se deslocar para o Estádio das Antas. “Como é que eu ia arranjar uma carta de condução e um bilhete de identidade novos num país diferente do meu?”, questionou.
Mas Vlk fez queixa a Pinto da Costa e o presidente resolveu
Quando Vlk deu conta do sucedido a Pinto da Costa, o – na altura – presidente do FC Porto surpreendeu-o ao passar-lhe para as mãos a própria carta de condução.
“Fui bater à porta do gabinete do presidente e contei-lhe tudo. A reação dele foi inacreditável. Pegou na carteira dele, deu-me a carta de condução e disse-me assim: ‘se a Polícia te mandar parar, mostra-lhes isto e tudo vai ficar bem’“, confidenciou.
Questionado, depois, se alguma vez foi apanhado pela polícia a conduzir com a carta de Pinto da Costa, Vlk respondeu “várias vezes”.
A polícia sabia da situação: “Eu ia muito cedo para o treino, havia muitas operações na estrada. Baixava o vidro, mostrava a carta de condução do sr. Pinto da Costa e deixavam-me seguir. Foi mesmo assim. Fui roubado e andei a conduzir anos com a carta do presidente”.
Lubomír Vlk foi duas vezes campeão nacional pelo FC Porto (1992 e 193), tendo também conquistado uma Taça de Portugal (1991) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (1991). Apontou sete golos, em 42 jogos pelos azuis-e-brancos.
Ao melhor estilo portista de resolver as coisas. Os infelizes só reclamam quando as coisas não lhe correm bem. Neste momento é a hora de arrumar um pulha para colocar a culpa…
A polícia estava feita com o ladrão pintinho. Até deu para fugir para Vigo, por conselho de alguém.