Laurent Bucyibaruta foi condenado por um tribunal de Paris por cumplicidade no genocídio no Ruanda. Genocídio matou pelo menos 800 mil pessoas no país entre abril e julho de 1994.
Um ex-presidente de câmara ruandês, Laurent Bucyibaruta, foi esta terça-feira condenado por um tribunal de Paris, após uma deliberação que se prolongou por 11 horas, a 20 anos de prisão por cumplicidade no genocídio no Ruanda. A condenação ocorre cerca de 28 anos após o genocídio que visou os tutsis no Ruanda.
O ex-alto funcionário, de 78 anos, foi absolvido como autor do crime de genocídio, mas considerado culpado como cúmplice de genocídio e crimes contra a Humanidade em quatro massacres, na localidade de Gikongoro, de que era presidente de câmara.
Esta região do sul do Ruanda foi uma das mais atingidas pelo genocídio que matou pelo menos 800 mil pessoas no país entre abril e julho de 1994, segundo a ONU.
O tribunal absolveu Laurent Bucyibaruta das acusações de genocídio e crimes contra a humanidade cometidos na paróquia de Kibeho em 14 de abril de 1994, bem como das execuções de prisioneiros tutsis na prisão de Gikongoro.
Todavia, considerou-o culpado, enquanto cúmplice, de genocídio e crimes contra a Humanidade pelos massacres da escola em construção em Murambi e nas paróquias de Cyanika e Kaduha, todos cometidos em 21 de abril de 1994.
Laurent Bucyibaruta foi ainda condenado por cumplicidade nos crimes das execuções de estudantes da escola Marie Merci em Kibeho, e os cometidos durante as rondas e bloqueios de estradas. A defesa tinha pedido a absolvição de todas as acusações.
Na sua última declaração aos magistrados e jurados antes de estes se retirarem para deliberar, o ex-alto funcionário insistiu que “nunca esteve do lado dos assassinos”.
Laurent Bucyibaruta é o mais importante funcionário ruandês a ser julgado na França por crimes relacionados com o genocídio tutsi, após as condenações finais de um militar e outros dois presidentes de câmara, e a condenação em primeira instância de um motorista que recorreu da condenação. Laurent Bucyibaruta tem dez dias para recorrer da condenação.
// Lusa