O que é que se passa em Évora? Exposição do Expresso vandalizada com suásticas

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A exposição do jornal Expresso “50 Capas, 50 anos” na cidade de Évora foi vandalizada com grafites com a cruz suástica. Uma situação que preocupa, tanto mais porque há pouco tempo houve um ataque semelhante a uma exposição da comunidade LGBTQI+ na mesma cidade alentejana.

O Expresso está a assinalar os seus 50 anos de história com uma exposição itinerante, percorrendo o país para exibir 50 capas que marcam as cinco décadas de vida do semanário. A exposição está, nesta altura, em Évora, mas foi alvo de um ataque de vandalismo na madrugada de segunda-feira.

Todas as 50 capas da exposição do Expresso foram grafitadas, nomeadamente com inscrições da cruz suástica, da Estrela de David ou do “Z” que tem sido usado pelo exército russo nos tanques que invadiram a Ucrânia.

A exposição está a ser exibida no jardim público de Évora que encerra durante a noite.

Autarquia fala em “actos de cariz político e de ódio”

A autarquia da cidade alentejana já veio manifestar o “veemente repúdio” pela destruição da exposição, falando de “um ataque inqualificável”.

Foram vandalizados “praticamente todos os expositores” da mostra “com tinta de latas de ‘spray'”, “símbolos nazis e outros, e também riscos, de forma a inutilizar a exposição” por completo, lamenta o presidente da autarquia, Carlos Pinto de Sá, citado num comunicado.

São actos que prejudicam “não só o património do jornal Expresso, mas também a imagem e a identidade cultural e social de Évora”, sublinha ainda o autarca que diz que “começa a haver um padrão” que o preocupa.

Recentemente, uma exposição LGBTQIA+ em Évora foi alvo de um ataque de ódio, tendo ficado “tudo destruído”. Mas também têm existido ataques a bandeiras e placardes de alguns partidos políticos.

Pinto de Sá fala em “procedimentos anti-democráticos” e em “actos de cariz político, intolerância, ódio, vandalismo, mas, também, de tentativas de boicote ao trabalho e à imagem da Câmara Municipal”.

“Há uma marca que parece querer afectar a imagem da Câmara e o trabalho que estamos a desenvolver”, sublinha ainda o presidente da Câmara de Évora.

A autarquia apresentou queixa às autoridades policiais e apela aos cidadãos para que, “juntos, condenemos estes actos inqualificáveis e anti-democráticos e trabalhemos para a salvaguarda do nosso património, para a defesa da democracia e a salvaguarda da sã convivência na nossa comunidade”.

ZAP // Lusa

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