Remco Evenepoel foi campeão mundial de ciclismo, duas semanas depois de ter conquistado a Volta a Espanha.
Remco Evenepoel sagrou-se nesta manhã campeão mundial de ciclismo, na prova de estrada em Wollongong, Austrália.
O ciclista belga não deu hipóteses à concorrência – numa prova com nomes como Wout van Aert, Matteo Trentin, Peter Sagan ou Tadej Pogačar (todos no top-20).
Evenepoel deixou o segundo classificado, Christophe Laporte a 2 minutos e 21 segundos, o mesmo tempo de Michael Matthews. França fica assim com a medalha de prata e a Austrália com o bronze.
Na luta pela prata, houve uma situação caricata: havia um grupo perseguidor, que há algum tempo tinha distância considerável para o pelotão – mas mesmo na reta final, de forma surpreendente, todos os fugitivos deixaram-se apanhar pelo pelotão e nenhum subiu ao pódio.
Nélson Oliveira, oitavo na prova de contra-relógio, ficou no 44.º lugar. João Almeida foi 60.º classificado, Ivo Oliveira 83.º; todos longe da luta pelas medalhas. Rui Oliveira desistiu.
2022 é o ano de Remco Evenepoel: campeão mundial, vencedor da Volta a Espanha há apenas duas semanas e vencedor de uma das cinco clássicas de um dia (Liège–Bastogne–Liège).
Nos últimos 42 anos ninguém tinha vencido Mundial, grande volta e clássica no mesmo ano. Só Bernard Hinault fez o mesmo, em 1980.
Nos últimos 33 anos esta foi a primeira vez que um ciclista venceu uma grande volta (Espanha, neste caso) e o Mundial no mesmo ano. Greg LeMond foi o último a consegui-lo, em 1989.
Evenepoel e LeMond partilham outro recorde: únicos ciclistas campeões mundiais de juniores e de elite.
E ainda há outro recorde: a vantagem de 2m21s para o segundo classificado é a maior em mais de meio século, desde 1968. Na altura, Vittorio Adorni terminou a prova com uns incríveis 9m50s de vantagem para Herman Van Springel.
Depois desta vitória no Mundial na Austrália, Remco Evenepoel resumiu: “Há sonhos que se tornam realidade. Acho que nunca mais terei um ano como este“.