A trasladação dos restos mortais de Eusébio para o Panteão Nacional deve acontecer até ao período das férias de verão, de acordo com fontes parlamentares, confirmando a vontade e consenso encontrados entre as diversas bancadas partidárias.
O objetivo dos deputados da Assembleia da República é que a cerimónia de Estado decorra ainda na presente legislatura e sem que a mesma colida, de facto ou indiretamente, com as previsíveis ações de pré-campanha eleitoral para as legislativas ou venha a acontecer já com as diversas comitivas partidárias na estrada.
“O texto, que obteve o acordo de todas as bancadas, vai ser levado à próxima conferência de líderes, dia 4 de fevereiro, na qual serão agendados os trabalhos para a segunda quinzena de fevereiro”, esclareceu o deputado-secretário da Mesa do parlamento Duarte Pacheco.
O democrata-cristão Telmo Correia, sócio benfiquista e autor da redação inicial do projeto de resolução, garantiu que “a grande preocupação é tratar-se de um projeto que não pode nem deve ter donos, o que não quer dizer que seja anónimo”.
“Eu e o presidente do grupo parlamentar (do CDS-PP), Nuno Magalhães, contactámos as outras bancadas e sinal do consenso é que já está assinado por todos os líderes parlamentares, numa primeira linha”, afirmou, revelando ir ser ele o representante centrista no futuro grupo de trabalho.
Se tudo correr como previsto, a Assembleia da República vai nomear representantes de todas as forças políticas para uma comissão encarregada de organizar o evento e compatibilizar uma data em que todas as figuras do Estado estejam disponíveis, assim como a família do antigo internacional português, bem como outras entidades, por exemplo o clube pelo qual se notabilizou, Benfica, e a Federação Portuguesa de Futebol.
“Imediatamente reconhecido em qualquer parte do globo e ligado à imagem de Portugal, também pela sua personalidade, afabilidade e humildade, ganhou um estatuto especial no coração dos portugueses e uma dimensão simbólica que fundamentam as Honras de Panteão que agora propomos”, lê-se no documento, que poderá ainda vir a sofrer ligeiras alterações.
A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen foi a última personalidade portuguesa a merecer honras de Panteão Nacional por proposta de PSD e PS que obteve unanimidade em fevereiro de 2014, tendo a cerimónia decorrido em julho.
Eusébio da Silva Ferreira, para muitos o melhor futebolista português de sempre, morreu na madrugada de 05 de janeiro de 2014, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.
Nascido a 25 de janeiro de 1942 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique, o “King” ou “Pantera Negra“, como também era conhecido, foi eleito o melhor jogador do mundo em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73).
No Mundial de 1966, disputado em Inglaterra, foi considerado o melhor jogador da competição, na qual foi o melhor marcador, com nove golos. Na mesma competição, Portugal terminou no terceiro lugar.
/Lusa