Como é que a Europa se está a preparar para uma possível falta de energia?

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A Europa começa a preparar-se para uma possível falta de energia. Desde baixar a velocidade nas autoestradas a reduzir a iluminação, várias cidades começam a adotar medidas.

As cidades alemãs estão a desligar os holofotes em monumentos, a desligar fontes e a impor duches frios em piscinas municipais e pavilhões desportivos, à medida que o país tenta reduzir o consumo de energia, face à crise de gás russo que se aproxima.

Hanôver, no noroeste da Alemanha, foi a primeira grande cidade a anunciar medidas de poupança de energia, incluindo o desligamento de água quente nos chuveiros e casas de banho de edifícios e centros de lazer.

Em Berlim, cerca de 200 monumentos históricos e edifícios municipais ficaram envoltos em escuridão na noite desta quarta-feira, quando a cidade desligou os holofotes para poupar eletricidade.

Munique, no sul da Alemanha, anunciou esta semana que iria desligar os holofotes na câmara municipal na praça Marienplatz, que normalmente é iluminada até às 23h, e só tem água fria nos escritórios municipais. As fontes também seriam desligadas durante a noite.

Augsburg, na Baviera, planeia desligar fontes públicas que consumam grandes quantidades de energia. Enquanto isso, Nuremberga decidiu encerrar três das quatro piscinas interiores da cidade.

A Alemanha, que depende mais das importações de gás russo do que outros países europeus, está sob pressão para liderar o caminho. Outras países e cidades europeias começam a seguir o exemplo.

A temperatura em edifícios públicos, espaços comerciais, estações de autocarros e comboios e aeroportos em Espanha não pode ser inferior a 27 graus no verão e superior a 19 no inverno, para poupar energia, decidiu esta segunda-feira o Governo espanhol.

A medida, que abrangerá também espaços culturais, entre outros, entra em vigor dentro de uma semana e prevê também que se desligue a iluminação de montras, monumentos e outros edifícios a partir das 22h, assim como as luzes dentro de edifícios públicos quando estão desocupados, segundo explicou a ministra com a pasta da energia no Governo espanhol, Teresa Ribera.

Os espaços com ar condicionado e/ou sistemas de aquecimento abrangidos por estas medidas devem manter fechadas as portas que dão para a rua e colocar termómetros que atestem a temperatura a que está o interior.

O Governo espanhol vai também aumentar o teletrabalho na administração pública e a ministra apelou a que as “grandes empresas” façam o mesmo, para haver menos deslocações e menos custos com a climatização de edifícios e com outros consumos de energia.

Estas medidas vão estar em vigor até novembro de 2023 e “são um primeiro pacote”, que integrará um plano mais completo de redução e eficiência do consumo de energia que o Governo espanhol pretende aprovar depois do verão, acrescentou Teresa Ribera.

Baixar velocidade e reduzir iluminação

Em Itália e na Áustria, o corte na iluminação e a diferença de cerca de 2 graus na climatização dos edifícios governamentais são das medidas mais adoptadas, nota o Público.

A cidade austríaca de Linz, por exemplo, anunciou que iria desligar a iluminação de edifícios históricos e pontes sobre o Danúbio a partir das 23h. A ideia é alargar esta medida a outras zonas.

Em França, ainda se estuda um potencial pacote de medidas. A mais polémica, até agora equacionada, passa por baixar o limite de velocidade nas autoestradas para 110 km/h. A Irlanda preferiu ficar-se por um aviso à população, apelando a que quem viaje pela autoestrada não ultrapasse os 100 km/h.

A Bélgica, por sua vez, vai diminuir a iluminação das autoestradas. Além disso, vai ainda reduzir o IVA de 21% para 6% para quem instalar equipamentos como painéis solares ou melhorar o isolamento térmico das casas.

Os Estados-membros da União Europeia chegaram recentemente a um acordo para reduzir o consumo de gás em 15% no próximo inverno. A meta “só se tornará vinculativa se a situação se deteriorar e se a Rússia fechar a torneira completamente”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. O planeta agradece estas medidas. Graças a Putin, a Europa vai ser obrigada a poupar recursos naturais. O que tem de ser tem muita força.

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