Ao longo de quase 20 anos, os portugueses gastaram o dobro do que receberam em prémios – e Portugal até vence muitas vezes.
O Euromilhões completa hoje, 13 de Fevereiro, 20 anos desde o seu primeiro sorteio – na altura ainda sem Portugal.
É um hábito, é uma rotina, é um vício: este jogo continua a comandar os boletins de jogos de azar em Portugal.
Mesmo existindo há 20 anos, a “moda” não passou, mesmo com os clássicos Totoloto, Totobola ou lotarias, ou com os mais recentes Placard e Eurodreams.
O Jornal de Notícias mostra, com números, algo que já se suspeitava: os apostadores gastam muito mais do que aquilo que se recebe em Portugal.
São em média 66.4 milhões de euros gastos por mês; e Portugal recebe em média 33.2 milhões de euros em prémios por mês. Gasta-se exactamente o dobro do que se recebe em prémios.
E Portugal até só tem três países à frente na lista dos mais “sortudos” nos prémios: Espanha, Reino Unido e França – curiosamente os três fundadores. Atrás ficam Áustria, Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e Suíça, que recebem menos dinheiro nos sorteios.
São números que reflectem o que se vê sorteio após sorteio. Para a extracção da sexta-feira passada, por exemplo, a receita ilíquida de apostas quase chegou aos 53 milhões de euros, enquanto o montante para prémios foi 26 milhões, indica o portal dos Jogos Santa Casa.
No total, em quase 20 anos (o primeiro sorteio cá foi em Outubro de 2004), os portugueses gastaram praticamente 16 mil milhões de euros no Euromilhões. Recebemos quase 8 mil milhões – mais uma vez, a escala do dobro em receitas.
Entre 77 vezes que o primeiro prémio saiu em Portugal, até agora o mais alto foi de 190 milhões de euros, em Castelo Branco (em 2014).
Porto é o distrito com mais grandes vencedores: 18 vezes, à frente de Lisboa (15), Faro (8), Braga (7) e Aveiro (5). Há distritos onde nunca saiu o primeiro prémio do Euromilhões: Guarda, Beja e Évora.
No global, o maior prémio de sempre do Euromilhões saiu na Áustria: 240 milhões de euros. E foi muito recente, há apenas dois meses.
Por curiosidade, os números que saíram mais vezes ao longo destas duas décadas foram o 23 e o 21.