O Eurodreams começou a andar à roda há um mês e Portugal já quase 15 milhões de euros neste novo jogo da sorte. O retorno total não chega a um terço daquilo que os portugueses investiram. A maioria dos prémios é de 2,50 euros.
Um mês, nove sorteios e quase 15 milhões gastos.
Foi há precisamente um mês que o Eurodreams – o novo jogo da sorte – começou a andar à roda.
A maior lotaria criada na Europa desde o Euromilhões (2004) tem dois sorteios por semana (segunda e quinta-feira). A aposta simples custa 2,50 euros e o vencedor 20 mil euros por mês ao longo de 30 anos.
Em Portugal, já caíram 4,2 milhões de euros, mas os portugueses, de acordo com dados Santa Casa da Misericórdia a que o Jornal de Notícias teve acesso, já “investiram” 14,8 milhões de euros. Só em Espanha e França se gasta mais.
De acordo com o JN, o prémio mais alto em Portugal foi de 173,92 euros, mas a maioria é de 2,50 euros.
Jogo empobrece os mais pobres
Há um mês, uma notícia do ZAP alertou que o Eurodreams poderia criar problemas numa classe mais vulnerável.
O novo jogo é destinado sobretudo à população mais jovem – e isso pode criar mais problemas, avisou, ao Diário de Noticias, o psicólogo Pedro Hubert.
“Toda a publicidade para este jogo e o seu prémio têm como alvo uma população que é mais vulnerável pelas características da idade e também pela situação socioeconómica de viverem em casa dos pais”.
Pedro Hubert acha que o Governo está a errar. Se quer menos pessoas viciadas em jogos, não é a investir em novos jogos que vai atingir esse objetivo.
Um estudo publicado em setembro revelou revelou que cerca de 100 mil portugueses têm problemas de jogo com raspadinhas, e 30 mil têm perturbação de jogo patológico, por causa desse vício.
De acordo com o estudo, a probabilidade de uma pessoa que recebe menos do que o ordenado mínimo jogar com frequência a raspadinha é três vezes maior em relação a quem ganha mais de 1500 euros mensais.