A empresa responsável pela marca Eureka Shoes, que fechou as lojas e a fábrica, e despediu 150 trabalhadores em Portugal, está agora a apresentar uma nova marca em Milão.
No mês passado, a empresa de calçado portuguesa Eureka Shoes fechou todas as suas 13 lojas em Portugal, encerrou a fábrica e despediu 150 trabalhadores. Agora, a Alberto Sousa, Lda, conhecida pela marca Eureka, está na feira de calçado de Milão a apresentar uma nova marca, com uma nova designação, mas com a mesma morada.
A empresa está em Milão a apresentar a sua nova marca de calçado, a ESC. No catálogo da feira, a empresa surge como sendo propriedade da Asial-Indústria de Calçado, Lda, que tem a mesma morada da Alberto Sousa, Lda.
De acordo com o jornal Público, a empresa é maioritariamente detida por Filipe Sousa, filho de Alberto Sousa, e apresenta-se no site como parte do Grupo Eureka, embora o número de identificação fiscal seja diferente.
“Na sexta-feira, às 17.30 horas, quando acabaram a jornada de trabalho, foram chamados a uma reunião com a Administração, que lhes entregou, em mão, uma carta dispensando-os de se apresentarem ao serviço a partir de hoje. Não receberam o modelo 5044 para acesso ao subsídio de desemprego, tendo sido informados que teriam de esperar pelo administrador da insolvência para o efeito”, disse na segunda-feira ao JN a dirigente do Sindicato do Calçado Minho e Trás-os-Montes, Aida Sá.
Os trabalhadores exigem o modelo relativo ao subsídio de desemprego, já que a Eureka não o fez na sexta-feira. Aida Sá disse ainda que os funcionários da fábrica foram apanhados de surpresa ao saber do encerramento.
“Foi uma surpresa até para nós. Os funcionários trabalharam até ao último minuto, sem qualquer aviso prévio. Até porque não têm salários em atraso. E a empresa liquidou hoje [segunda-feira] mesmo os 16 dias de trabalho de fevereiro”, acrescentou a dirigente sindical.
O fecho da empresa foi justificado por “motivos de ordem económica” e garante que vai “preparar e reunir toda a documentação necessária para, na semana de 17 a 21 de fevereiro, se apresentar à insolvência”.