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Nos EUA, quem manda agora são os inquilinos. Eis o que Portugal pode aprender

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Nos Estados Unidos, o mercado imobiliário está a inverter o jogo de poderes. Agora são os inquilinos quem mandam.

O mercado da habitação em Portugal é uma bolha prestes a rebentar. Preços demasiado elevados, tanto para arrendar como para comprar, pautam a realidade portuguesa nos últimos anos.

É uma tendência que acompanha o resto da Europa, onde 16 países têm um mecanismo de controlo de rendas.

Os baixos salários quase não permitem aos portugueses comprar a casa, levando muitos a procurar o arrendamento.

Mesmo assim, a subida galopante das rendas, acompanhada pela inflação, deixa muitas famílias com a corda ao pescoço.

Esta era uma realidade que não era estranha do outro lado do Atlântico. Nos Estados Unidos, os norte-americanos também se queixam das rendas demasiado altas. No entanto, essa tendência estará a inverter-se no maior mercado capitalista do mundo.

“Olhe atentamente, porém, e verá que 2023 está a preparar-se para ser o ano em que os inquilinos recuperam o poder de negociação dos proprietários”, escreve a Business Insider, numa notícia publicada esta segunda-feira.

Esta alegação é corroborada por um relatório da RealPage, uma empresa de software imobiliário, divulgado no mês passado, que sublinha que o mercado está “a mudar rapidamente a favor dos inquilinos”.

Em 2022, a procura por novos contratos de arrendamento quase evaporou devido à baixa confiança do consumidor e à elevada inflação. Depois de uma onda histórica de formação de famílias e realocações em 2021, os norte-americanos optaram por ficar quietos em 2022.

Isto fez com que houvesse um maior número de apartamentos vazios, levando os senhorios a competir ferozmente por um mercado de inquilinos em queda. É aqui que o inquilinos saem a ganhar, já que os senhorios estão dispostos a baixar preços e a oferecer regalias para conseguirem ocupar as suas casas.

O cenário é apelativo nos Estados Unidos, onde são oferecidos meses de arrendamento grátis, assim como estacionamento de borla e até cartões-presente.

De acordo com economistas imobiliários, se a procura por casa não aumentar, ou se a economia dos EUA entrar em recessão, a renda que os proprietários pedem pode cair em todo o país pela primeira vez desde a crise financeira global, escreve a Insider.

Embora a economia norte-americana não esteja propriamente mal, o mercado imobiliário está estranhamente a sentir dificuldades. O relatório da RealPage constatou que a taxa nacional de apartamentos livre saltou para 5% em dezembro, o dobro dos recordistas 2,5% registados no ano anterior.

Muitos economistas culpam as preocupações com o futuro pela falta de procura. Os vários avisos sobre recessão e inflação deixam os norte-americanos com medo de fazer novos contratos de arrendamento.

Não porque o mercado imobiliário do país esteja anormalmente inflacionado, mas porque há uma grande incerteza quanto ao que aí vem.

Perante este cenário, os proprietários poderão ver-se forçados a manter os preços das rendas ou até mesmo reduzi-los, para atrair potenciais inquilinos a escolher a sua habitação.

Os últimos meses de 2022 marcaram “as maiores quedas mensais na renda em qualquer época do ano que vimos nos nossos dados desde 2015”, disse Jeff Tucker, economista sénior da Zillow, uma empresa de tecnologia do mercado imobiliário. “É uma grande retração por parte dos inquilinos”.

Daniel Costa, ZAP //

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17 Comments

  1. Não se iludam: o mercado de arrendamento nos USA é “igualzinho” ao nosso:
    – O inquilino não paga até ao dia de contracto ou dia set do mês: o senhorio vai à policia e eles vão informar o inquilino que tem 2 dias para pagar ou interpor recurso ao despejo.
    – O inquilino interpõem recurso: o tribunal demora o máximo de 15 dias para atender e conciliar ou mandar despejar.
    Igualzinho, não é?

  2. E quê?!!!! Cá os inquilinos também já mandaram. Foi mais ou menos desde o 25 de abril até 2010 / 2012. Por aí assim. Por isso é que os centros das cidades estavam desertos e a cair de velhos. Recentemente, todos se lembraram que afinal querem viver nos centros das cidades, onde de resto nunca tinham vivido. Eu sou do tempo (e nem sequer sou velho) em que no centro de Lisboa ou centro do Porto às 22:00 não se via vivalma e de vez em quando lá caía um prédio. Por essa altura, a grande discussão era como atrair mais pessoas para os centros das cidades e como recuperar o imobiliário. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Estou em crer que a aprovação do disparate habitacional do PS levará em 15 ou 20 anos à situação em que estávamos há uns tempos atrás.

    • – Mais flexibilidade e segurança para que os proprietários tenham confiança em alugar os seus bens vai aumentar o número de habitações no mercado
      – facilidades de transporte para que as pessoas possam habitar mais longe com conforto.
      -a médio prazo facilitar o mercado da construção e renovação de habitações pelos privados.

      Parar de tentar mexer nos preços do mercado e prejudicar os proprietários de imóveis.

  3. Não tem nada haver com o mercado de arrendamento em Portugal, cá continua a haver pouca oferta e muita procura, enquanto assim for os preços não vão baixar drasticamente…

    • Não é “não tem nada haver” mas sim “não tem nada a ver”.
      E quanto a medidas, tem algumas excelentes propostas nos comentários do Salomão e do Alfredo.

      • Habitação para todos, ganhas ordenado mínimo é ajudado a comprar uma casa para víveres com a tua família, mas não a podes vender nem alugar só a podes passar aos teus filhos, que tem que continuar a mantê-la nas devidas condições para viver, ganhas mais tens condições para pagar uma casa não tens ajuda, assim não havia falta de habilitação o problema é que oferecem casas a quem nunca fez nada na vida, alugam casas com rendas baixas através de subsídio a quem nunca produziu nada todos tinham que pagar se não tinham rendimento tinha que fazer trabalhos em associações de solidariedade

      • Eh! Eh! Eh!
        Vi isso há momentos.
        Não se espero demasiado do jornalista, se o corretor ortográfico não cumprir. É o que há: escrever à parva…!

  4. Pelo que se vê quem trabalha na construção civil e quem produz as matérias primas a grande parte dos trabalhadores trabalha uma vida inteira e não conseguem ter uma casa estes mesmos têm as suas profissões desvalorizadas e vê se porquê. Se estes também tivessem proteção de ordem profissional como algumas profissões tem que condiciona ao conhecimento da profissão e é contida as pessoas que podem trabalhar no ramo imagine o preço das habitações. Por isso pode se dizer as casas não estão caras e dificilmente estarão o que está caro é o lugar que as pessoas escolhem para viver devem ter em conta também o valor dos terrenos e as infraestruturas que estas em geral é feita por vezes pelo construtor sendo que as empresas que irão beneficiar das infraestruturas deveriam comparticipar nos custos e nos caminhos públicos as autarquias também deveriam comparticipar sertamente as habitações seriam mais acessíveis .

  5. O Costa fala tanto em regionalização… mas apenas para o mal, isto é, passar “fardos” para as autarquias lavando dali as mãos. Mas e a verdadeira regionalização?! Aquela que passa pela descentralização dos serviços públicos e à cabeça os ministérios e secretarias de estado, institutos públicos, etc? É que deslocalizando estes serviços para fora de Lisboa e Porto, a pressão sobre o imobiliário nestas duas cidades diminuiria. Agravando o IRC em Lisboa e Porto e reduzindo-se ainda mais no interior do país, uma vez mais dividiríamos melhor a população pelo território.
    Será falta de visão ou apenas falta de vontade?

    • É uma grande ilusão, sua, é o que é. Iam era criar-se mais uma série de tachos e ineficiências. Agravar o IRC em Lisboa/Porto? Mudavam-se as sedes fiscais das empresas mas os escritórios e lojas ficavam no mesmo sítio.

  6. Eas responsabilidades dos inquilinos na conservacao dos imoveis será igual nos dois lados? Por la o senhorio sabe que senao pagarem os inquilinos saem logo e tem de ter a casa abitavel no fim, ca saem quando querem e muitas vezes a casa está destruida o que acarreta despesas, logo as rendas têm de ser mais caras do que deviam

  7. É preciso chegar à conclusão e tirar um mestrado em imobiliário para perceber a lei da oferta e da procura. A população em Portugal aumentou 10% nos últimos anos, as rendas baixam ou aumentam? A oferta aumenta ou diminui? Pelo vistos a população americana está a diminuir e com muitos americanos a querem vir viver para Portugal. O que acontece ao mercado dos Estados Unidos, as rendas baixam ou aumentam? A oferta aumenta ou diminui?

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