A Justiça dos Estados Unidos (EUA) condenou Pyongyang a indemnizar em 2,3 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros) os tripulantes de um navio da Marinha norte-americana, que foram capturados e torturados em 1968.
De acordo com a agência France-Presse, citada pela agência Lusa, a Coreia do Norte foi condenada a pagar esta quantia aos tripulantes do ‘navio espião’ USS Pueblo e às famílias, em compensação pelos abusos físicos e psicológicos que sofreram às mãos dos captores.
Uma instância federal concedeu aos 49 sobreviventes indemnizações que variam entre os 22 milhões (aproximadamente 18 milhões de euros) e os 48 milhões de dólares (à volta de 39 milhões de euros). Foram ainda concedidas quantias menores a cerca de 100 familiares.
“Devido à barbaridade infligida pelos norte-coreanos, quase todos [os tripulantes do navio] precisaram de cuidados médicos e/ou psiquiátricos (…). Muitos tentaram aliviar a dor através do álcool ou das drogas, e muitos viram a vida familiar e/ou profissional a deteriorar-se”, afirmou Alan Balaran, o advogado nomeado pelo Estado para o processo.
Os 83 tripulantes do USS Pueblo foram capturados por Pyongyang em 23 de janeiro de 1968. De acordo com a Coreia do Norte, o navio estava em águas norte-coreanas sem autorizações. Washington negou a acusação.
Em troca pela libertação dos reféns, que ocorreu em dezembro do mesmo ano, os EUA terão expressado através de um documento as “solenes” desculpas pelos “sérios atos de sabotagem”, um texto que Washington negou publicamente.
Os pedidos de indemnização nos EUA apenas foram iniciados em 2018, no entanto, depois de a Casa Branca – durante o mandato de Donald Trump – declarar a Coreia do Norte como um Estado que apoia o terrorismo.
A Coreia do norte manteve o USS Pueblo e transformou-o num museu, mas a Marinha dos EUA ainda considera que a embarcação está ativa.
// Lusa
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