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Mais lenha na fogueira. EUA aplicam novas regras de vistos para membros do Partido Comunista Chinês

A administração de Donald Trump divulgou novas regras para restringir as viagens dos membros do Partido Comunista Chinês aos EUA. Esta é uma medida que poderá agravar ainda mais as tensões entre os dois países.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado, as novas restrições encurtam a duração dos vistos para membros do PCC e familiares diretos para um mês. Os restantes cidadãos chineses podem continuar a requerer vistos de visita válidos por dez anos e com múltiplas entradas.

Com base no procedimento padrão, os funcionários da fronteira dos EUA podem determinar no ponto de entrada quanto tempo o visitante pode permanecer, podendo ainda permitir uma visita de vários meses. De qualquer forma o visto não garante a entrada nos Estados Unidos, apenas permite a consideração da entrada de funcionários da fronteira.

As novas regras podem endurecer o conflito, que já dura há vários anos, entre os dois países. Voltadas diretamente para a elite governante da China, as restrições serão mais um desafio para o presidente eleito Joe Biden, que está a herdar uma relação amarga (e duradoura) entre os EUA e Pequim.

Embora alguns americanos esperem um restabelecimento das relações entre os dois estados, Biden parece estar empenhado em manter em vigor muitas das medidas tomadas pelo governo de Donald Trump, incluindo taxas e restrições à tecnologia chinesa.

A nova política pode afetar as viagens de cerca de 270 milhões de pessoas, de acordo com estimativas do governo dos EUA.

Segundo as novas regras, as autoridades americanas podem fazer uma pequena investigação sobre a vida dos membros do Partido Comunista com base no seu pedido de visto.

Como refere o The New York Times, isso pode significar que a política vai afetar de forma desproporcional os principais líderes empresariais e governamentais da China, em comparação com os milhões de membros de escalão inferior que se juntam ao partido.

Ainda assim, o porta-voz do Departamento de Estado classificou a mudança como uma “ação contínua de política, regulamentação e aplicação da lei em todo o governo dos EUA para proteger a nossa nação da influência maligna do PCC”.

A mudança de política provavelmente irá provocar uma retaliação de Pequim, embora as viagens entre a China e os Estados Unidos já tenham sido limitadas pela pandemia do novo coronavírus.

Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Externas da China, condenou as novas regras durante uma entrevista concedida na quinta-feira. “Esperamos os Estados Unidos adotem uma visão racional comum em relação à China e desistam do seu ódio e mentalidade anormal em relação ao Partido Comunista”, referiu Chunying

Mesmo assim, as restrições adotadas são mais moderadas do que uma proibição total de viagens aos Estados Unidos por membros do partido, uma medida que foi pensada pela administração de Trump durante este verão.

Em 2014, os EUA e a China concordaram em aumentar a duração mais longa dos vistos de turismo e negócios emitidos para os cidadãos. O acordo foi alcançado durante uma visita de Barack Obama a Pequim, numa altura em que as relações entre os dois países eram mais calorosas.

ZAP //

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