Estudo revolucionário japonês sobre células estaminais continha partes fraudulentas

Marcos Santos / USP

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O Instituto Investigação Riken, do Japão, reconheceu que o mais recente e revolucionário estudo sobre células estaminais liderado por uma investigadora do centro e publicado pela revista Nature continha partes “fraudulentas”.

O estudo, publicado em janeiro em dois artigos, demonstrava um método muito simples para reprogramar células adultas (emergindo-as num ácido ou aplicando pressão nas suas membranas) e obter assim células-mãe com capacidade para se transformarem em qualquer tecido.

Apesar de a descoberta simplificar muito o processo para obtenção destas células – que constituem o futuro da medicina regenerativa – muitos investigadores começaram a denunciar, depois da publicação do artigo, a utilização de imagens duplicadas para documentar artigos e a incapacidade de replicar os resultados do estudo.

O painel incumbido de investigar as alegações anunciou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que dois conjuntos de imagens utilizados nos artigos científicos foram ou manipulados ou modificados pela pessoa que liderou o estudo, Haruko Obokata.

Contudo, o mesmo painel recusou pronunciar-se sobre se estas células, denominadas de STAP (células de pluripotência induzida por estímulos, na sigla em inglês), realmente existem.

O mesmo painel apurou ainda os outros três coautores do estudo não cometeram qualquer fraude, apesar de ter salientado que a sua responsabilidade no caso é “grave”, por não terem verificado a validade do material apresentado nos artigos.

/Lusa

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