Há diferenças significativas na retórica de candidatos nas primárias de 2016 e 2020. Joe Biden também aparece nas conclusões.
O estudo envolveu a análise de mais de 139 mil publicações no Twitter, de 39 campanhas (24 democratas e 15 republicanas).
Os tweets foram limpos e processados, sendo a linguagem moral dividida em categorias como cuidado na linguagem, justiça, lealdade e autoridade.
Os investigadores criaram redes para ligar candidatos pelo uso mútuo de palavras “morais” e para comparar semelhanças nessa linguagem.
Tudo resultou num foco: Donald Trump.
O estudo revela diferenças significativas na linguagem moral utilizada por candidatos políticos dos EUA durante as primárias presidenciais de 2016 e 2020.
A análise visava compreender como a retórica moral, uma ferramenta eficaz de persuasão política desde a época de Aristóteles, molda o cenário eleitoral na política contemporânea, onde o discurso moral e emocional prevalece.
Os cientistas perguntavam se valores morais variáveis na retórica dos candidatos poderiam enraizar os eleitores nas suas visões existentes e exacerbar a polarização política.
Os resultados mostraram uma clara divisão partidária: democratas focados no cuidado e na justiça, republicanos na lealdade, na autoridade.
Destacam-se os discursos de Donald Trump sobre justiça em 2016, o que o afastou da retórica tradicional do Partido Republicano.
Trump abusou de palavras como “tendencioso”, “desonesto” e “injusto”; ao mesmo tempo, os democratas focavam-se nos “direitos”, na “justiça” e na “igualdade”.