Estudo incrível descobre que os corvos conseguem contar em voz alta

Uma nova investigação concluiu que os corvos têm uma capacidade de contagem semelhante ao das crianças quando estão a aprender a contar.

Os corvos possuem a notável capacidade de “contar” em voz alta, produzindo um número específico e deliberado de grasnidos em resposta a sinais visuais e auditivos.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado esta quinta-feira na revista Science.

Esta demonstração sem precedentes de literacia numérica distingue os corvos de outras espécies não humanas e realça as suas sofisticadas capacidades cognitivas.

A equipa de investigação investigou a extensão das capacidades numéricas e do controlo vocal dos corvos. Descobriram que os corvos podem produzir propositadamente um número variável de vocalizações, de um a quatro, em resposta a pistas arbitrárias associadas a valores numéricos. Esta capacidade é distinta da mera compreensão dos números; requer tanto a compreensão como a expressão vocal intencional com o objetivo de comunicar.

O estudo centrou-se em três corvos de carniça (Corvus corone), que foram treinados para produzir um número específico de grasnidos quando lhes era mostrado um símbolo ou ouvido um sinal sonoro. Depois de produzirem o número necessário de vocalizações, os corvos tinham de dar uma bicada num alvo para indicar que tinham terminado. De forma notável, todos os três corvos produziram com sucesso o número correto de grasnidos, embora tenham sido observados erros ocasionais, como um grasnido a mais ou a menos, aponta o Science Alert.

Este comportamento dos corvos é semelhante à forma como os bebés humanos contam. Quando aprendem a contar, as crianças usam frequentemente números aleatórios para vocalizar uma contagem, como dizer “um, um, quatro” em vez de “um, dois, três”. O número de vocalizações está correto, mas a sequência é confusa. Esta semelhança sugere que os corvos utilizam um sistema numérico aproximado não simbólico, semelhante ao utilizado pelas crianças humanas antes de aprenderem a compreender os números simbólicos.

Os investigadores propõem que esta capacidade dos corvos pode indicar um canal de comunicação aviária desconhecido na natureza. Por exemplo, os chapins variam o número de sons “dee” nas suas chamadas de alarme consoante o tamanho do predador, sugerindo que a vocalização numérica pode desempenhar um papel nas suas estratégias de comunicação.

Os resultados do estudo revelam que os corvos podem produzir deliberadamente um número determinado de vocalizações utilizando o “sistema numérico aproximado”, uma caraterística partilhada entre humanos e animais.

ZAP //

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