Especialista repete que o efeito oxidante do álcool é muito mais forte do que os potenciais benefícios de todos os outros ingredientes.
Beber cerveja é bom para a saúde humana.
Esta foi a conclusão principal de um estudo divulgado há pouco mais de um mês.
A análise levada a cabo por especialistas chineses indica que a cerveja tem ingredientes benéficos para a saúde: alguns componentes são decompostos pelo microbioma intestinal e, assim, poderiam exercer um efeito regulador no sistema imunológico.
Um efeito que só traz vantagens: anti-inflamatório, anticoagulante e antioxidante. Alguns produtos nocivos criados no próprio metabolismo seriam inofensivos.
Seria tudo uma “maravilha”, se…o estudo não tivesse sido financiado por uma cervejeira.
O canal Deustche Welle indica que a análise foi financiada pelo Laboratório State Key de Fermentação Biológica e Engenharia da Cerveja, que pertence à cervejeira Tsingtao, a segunda maior da China neste mercado.
E dois dos cinco autores do estudo são do laboratório da própria cervejeira.
Um conflito de interesses destacado pelo médico Helmut Seitz, especialista em estudos sobre álcool.
O médico duvida da independência do estudo chinês e acha que o seu conteúdo é “grotesco”.
Admite que há substâncias na cerveja boas para a saúde mas repete: o efeito oxidante do álcool é muito mais forte do que os potenciais benefícios de todos os outros ingredientes presentes na cerveja.
A cerveja, sobretudo o seu efeito oxidante, pode originar inflamações e aumenta o risco de cancro ou diabetes, entre outras doenças.
“O álcool possui um efeito cancerígeno, especialmente no intestino grosso. O álcool decompõe-se em acetaldeído, que possui um efeito tóxico”, reforça.
Helmut avisa que a cerveja é até mais prejudicial para o intestino do que o vinho (a Ciência ainda não entendeu porquê a 100 por cento).