João Pedro Pedrosa e Eduardo Duarte, alunos da Universidade de Aveiro, criaram uma aplicação de partilha de boleias. Mais de 600 viagens já foram feitas através da Thumbeo.
João Pedro Pedrosa viajava frequentemente de boleia entre Leiria, a sua cidade natal, e Aveiro, onde estava a fazer uma licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação. E não era o único: na universidade, muitos colegas usavam a mesma estratégia para viajar e poupar uns euros.
Foi com esse pano de fundo que João e Eduardo Duarte se lembraram de criar a Thumbeo, uma aplicação de partilha de boleias que quer levar exatamente onde se quer.
A ideia de criar um sistema de partilha de boleias não é propriamente inovadora. Então, o que distingue este sistema, lançado oficialmente em maio deste ano?
“O que fazemos de diferente é ser mais personalizado. Concentramo-nos em sítios específicos e eventos. Por exemplo, em vez de uma boleia entre Aveiro e Lisboa, o utilizador pode conseguir uma viagem entre a rua x de Aveiro e o Estádio da Luz ou um festival”, responde João Pedrosa.
Depois de ser descarregada, a app — gratuita e, para já, disponível apenas para Android — exige um rápido registo (que pode ser feito através de email ou Facebook) e deteta a localização do utilizador, dando imediatamente a informação sobre as boleias disponíveis num raio de 50 quilómetros.
Parcerias com festivais de música
A Thumbeo permite fazer pesquisas por condutores, “hashtags” (como nomes de festivais, por exemplo) e origem e destino. É também possível subscrever “hashtags” e receber notificações sempre que são criadas viagens com esse destino e criar “boleias recorrentes”.
“Posso dizer que de segunda a sexta, durante um mês, vou fazer uma determinada viagem. Nas aplicações existentes isto só podia ser feito criando eventos novos todos os dias”.
Depois de acordada uma boleia, as pessoas que a vão partilhar podem ainda conversar num “chat” da aplicação.
“É nessa altura que podem ser acertados pormenores como preços, algo que são as pessoas que decidem e no qual não nos metemos. Ou alguém pode avisar que se vai atrasar, por exemplo”.
O sistema de João Pedro Pedrosa, 23 anos, e Eduardo Duarte, 22, foi inicialmente criado para uma cadeira da licenciatura que frequentavam na Universidade de Aveiro. E tinha, nessa altura, um foco ligeiramente diferente.
“A nossa ideia inicial era criar algo relacionado com táxis, como a Uber”. Foi já depois de terem saído vencedores de um concurso — que tinha como prémio ficarem incubados numa empresa — que os jovens mudaram o foco. “Nas boleias encontramos mais espaço de mercado”.
Com o apoio das empresas aveirenses Ubiwhere e Oakreative, os jovens vão continuar a melhorar a versão Android — que conta já com 200 utilizadores e mais de 600 boleias criadas — e, a partir de setembro, devem mergulhar no universo iOS. Em andamento estão já negociações para parcerias com diversos festivais de música.
Artigo publicado sob licença Creative Commons BY-NC-ND 2.0
Ui. Vão ser abafados tal como a Uber…..