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Estudante chinesa processa governo por livros que classificam homossexualidade como transtorno

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Uma estudante está a processar o Ministério da Educação da China por livros escolares que descrevem a homossexualidade como um “transtorno”.

A iniciativa partiu de Chen Qiuyan, uma estudante que afirma ter descoberto os livros na biblioteca de sua universidade.

Segundo Qiuyan, os livros sugerem que os homossexuais podem ser “curados” com terapia de electrochoques, informa a agência de notícias estatal Xinhua.

Um tribunal de Pequim aceitou a denúncia e pediu que o material seja recolhido.

“Os homossexuais já estão sob grande pressão“, diz Chen, que apresentou inicialmente a acção usando um pseudónimo.

Segundo a BBC, a estudante optou entretanto por usar o nome verdadeiro para falar com a imprensa internacional.

“O estigma adicional difundido por estes livros causam danos aos homossexuais. O ministério deveria vigiar e supervisionar estes conteúdos”, acrescentou a estudante.

Chen, que estuda numa universidade pública na província de Guangdong, no sul do país, afirmou que estava a consultar alguns livros, depois de se ter sentido confusa sobre a sua própria orientação sexual.

“Depois de ler alguns destes livros, fiquei aterrorizada. Fiquei com mais medo de admitir que sou gay”, disse Chen, em entrevista ao jornal americano The New York Times.

A China parou de classificar a homossexualidade como uma doença mental em 2001, mas dezenas de livros publicados desde então ainda a descrevem como um “transtorno“.

O ano passado, no primeiro caso do género no país, um tribunal de Pequim emitiu uma decisão história contra uma clínica que oferecia “terapia de conversão gay”.

ZAP / BBC

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