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Há estrelas que conseguem viajar no tempo (e podem ser “destinos turísticos interestelares”)

Estrelas localizadas perto dos buracos negros supermassivos podem ser lançadas pela galáxia quase à velocidade da luz. Assim, por causa das peculiaridades da relatividade especial, basicamente viajam no tempo.

O Universo está cheio de estrelas extremamente rápidas que se movem livremente pelo Espaço. Essas estrelas são ejetadas por “fisgas” gravitacionais localizados no ponto focal das fusões de galáxias.

À medida que o par de buracos negros se contrai, a sua velocidade orbital aumenta, proporcionando uma oscilação ainda mais poderosa. Eventualmente, este processo lança algumas estrelas à velocidade da luz, de acordo com a teoria da relatividade especial de Albert Einstein.

De acordo com um artigo escrito pelo astrónomo da Universidade de Harvard, Avi Loeb, na Scientific American, o investigador calculou a abundância de estrelas relativísticas em queda livre no vasto espaço entre as galáxias e as dificuldades em detetá-las em grandes distâncias.

Quer sejam ejetadas por campos gravitacionais poderosos ou explosões cósmicas massivas, as estrelas podem ser lançadas pela galáxia quase à velocidade da luz. E por causa das peculiaridades da relatividade especial, basicamente viajam no tempo.

Viajar perto da velocidade da luz traz efeitos físicos instáveis. Velocidades como estas trazem o que é chamado de dilatação do tempo – fenómeno onde um objeto em alta velocidade percebe menos o tempo a passar do que um parado.

Isso poderia desacelerar o processo natural de envelhecimento de todos os viajantes em relação aos que deixaram para trás.

A dilatação do tempo e a contração do espaço, em que as distâncias de viagem percebidas mudam, tecnicamente acontecem em qualquer velocidade – mesmo quando se está apenas a andar na rua. Contudo, os seus efeitos são tão subtis que, até se aproximar da velocidade da luz, são quase inconsequentes.

Avi Loeb menciona no artigo o que isto pode significar para formas de vida alienígenas teóricas. Nesse caso, o astrónomo considera que estas estrelas em ascensão podem ser destinos turísticos interestelares incríveis, tanto para alienígenas que desejam fazer uma viagem quase à velocidade da luz ou para outros que simplesmente desejam assistir ao espetáculo.

“Ao todo, os núcleos galácticos oferecem locais de lançamento para as plataformas habitáveis ​​mais rápidas que a natureza oferece gratuitamente”, escreveu Loeb. “Não seria surpreendente se civilizações tecnológicas avançadas optassem por migrar em direção aos centros galácticos pela mesma razão que astronautas e espectadores migram para o Cabo Canaveral da Florida durante o lançamento de foguetes.”

Maria Campos, ZAP //

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