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Chantagem e sedução: as estratégias da China para controlar a imprensa no mundo

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Mgmoscatello / wikimedia

Shangai, China

De acordo com o relatório da Repórteres sem Fronteiras, a China faz um esforço constante para controlar a informação que circula sobre o país. Mas, para isso, são utilizadas várias estratégias que representam um perigo para a democracia.

Num relatório acabado de divulgar pela Repórteres sem Fronteiras, uma ONG sediada em Paris, são divulgadas várias ações por parte da China para controlar a informação que circula sobre o país, quer no interior do seu território, quer fora dele. Essas estratégias representam um perigo para a democracia tal como a conhecemos.

Chantagem, intimidação e assédio em larga escala” são parte da estratégia, facilitadas pelo ascendente económico que a China tem vindo a ganhar em numerosos países. A crise económica, e em especial a crise generalizada da imprensa tradicional, tornam esta particularmente sensível a influência exercida através do dinheiro.

Segundo o Expresso, há em grande escala artigos de propaganda pró-Beijing que até mesmo grandes jornais de referência publicam regularmente, a troco de somas que podem chegar ao quarto de milhão de dólares. Além disso, e a um nível menos visível, há as viagens à China com tudo pago que são oferecidas a jornalistas de vários países.

Outra estratégia, também discreta, é a entrada no capital de certos media importantes. O relatório sublinha que a China tem conseguido eliminar ou evitar a publicação de artigos problemáticos para o Governo chinês.

“Na mente do regime de Beijing, a função dos jornalistas não é a de ser contrapoder mas servir a propaganda dos Estados. Se as democracias não resistirem, a propaganda ‘estilo chinês’ invadirá gradualmente os media mundiais, competindo com o jornalismo tal como o conhecemos”, diz o secretário-geral da organização, Christophe Deloire.

Cédric Alviani, diretor do escritório da RSF na Ásia Oriental, é da mesma opinião. “É muito provável que o que mostramos neste relatório seja apenas a ponta do iceberg. É isso que faz arrepios. O nosso propósito é o de despertar interesse entre os jornalistas, a fim de que prestem atenção à dimensão da influência chinesa nas suas regiões.”

ZAP //

1 Comment

  1. Nada de novo… a mão da China está presente na corrupção em todo o mundo!…
    Costuma dizer-se que não há nenhum negócio entre a China/empresas chinesas em que não haja corrupção, luvas, etc… até nos vistos Gold dos diversos países (incluindo Portugal)!!
    Claro que daí a tentar controlar a “opinião publicada” sobre a China, é um passo “natural”… afinal, lá estão habituados a ser eles (governo chinês) a fonte das “noticias”!…

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