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Num estranho dia no Canadá, as pessoas conseguiram ouvir-se a cinco quilómetros de distância

Andy Rain / PA

Devido às temperaturas extremamente frias, o som propagou-se muito mais do que o normal e a população conseguia ouvir-se a quilómetros de distância.

Em 1947, algo estranho aconteceu em Yukon, no noroeste do Canadá. Entre 17 de Janeiro e 5 de Fevereiro, a região foi devastada por temperaturas extremamente frias que chegaram mesmo aos 64.º C negativos a 3 de Fevereiro.

Estar exposto a estas temperaturas extremas acarreta muitos riscos. Ficar apenas alguns minutos ao ar livre faria a pele congelar e rapidamente o corpo entrava em hipotermia.

Mas estas temperaturas tão baixas trazem consigo fenómenos curiosos. A respiração das pessoas libertou um pó branco para o ar e fez um som tilitante — som esse que podia ser ouvido a quilómetros de distância.

Isto acontece porque o frio fez com que as ondas de som de propagassem de forma diferente, relata o IFLScience.

O meteorologista Gordon Toole não conseguia além de poucos metros à sua frente devido ao intenso nevoeiro gelado, mas conseguia ouvir cães a ladrar a mais de seis quilómetros de distância.

Toole também ouviu o estalar do gelo em White River, a 1,6 quilómetros de distância, e descreve o som como um “estalar e um boom alto, como o disparar de uma arma”.

Para além de se deslocarem de forma mais lenta, as ondas de som também alcançam distâncias maiores quando está frio e estamos próximos do chão.

Quando o ar próximo do solo é frio e o ar mais acima é quente, os sons são refratados pelo ar mais quente em direcção à superfície.

O som depois saltita entre o ar quente e o solo, viajando até mais muito mais longe do que quanto a temperatura é mais alta.

“Uma inversão de temperatura fez com que as ondas sonoras voltassem para o solo, em vez de escapar para cima.

As pessoas no aeroporto podiam ouvir claramente os cães a ladrar na cidade e as pessoas a falar como se estivessem por perto, em vez de a cinco quilómetros de distância”, explica o climatologista sénior do Environment Canada, David Phillips, ao National Post.

ZAP //

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