Há uma estrada ilegal clandestina de 150 km na Amazónia

Valentina Ricardo / Greenpeace

Estrada ilegal na Amazónia

Denúncia da Greenpeace. Estrada criada por mineiros, também eles ilegais, no sul de Roraima.

Mineiros construíram uma estrada ilegal clandestina na Amazónia. Uma estrada com mais de 150 quilómetros de extensão.

A denúncia foi feita nesta semana pela Greenpeace, que captou algumas imagens, após relatos que se iniciaram há mais de um mês.

A organização de defesa do ambiente revela que foram encontradas escavadoras hidráulicas (onde não havia nenhuma), junto ao rio Catrimani.

A região em causa é o sul do estado de Roraima, a menos de 15 quilómetros de uma tribo indígena que vive em isolamento, a Moxihatëtëa. Os Moxihatëtëa pertencem a um subgrupo Yanomami.

São pessoas que não têm qualquer contacto com homens brancos e que vivem no território dos Yanomani (a maior reserva indígena no Brasil), explica o canal Deutsche Welle.

“A estrada foi aberta há pouco tempo. Abre caminho para escavadoras que podem aumentar em mais de 10 vezes a destruição causada pela mineração”, escreve a Greenpeace.

“Temos visto no território Yanomami que a mineração ilegal de ouro alcançou outro nível”, acrescentou Danicley de Aguiar, do Greenpeace Brasil.

Aliás, foram os próprios locais a descobrir a estrada. Um mapeamento realizado por satélite em Agosto passado também mostrou que algo estava diferente naquela zona.

Esta maquinaria pesada, captada nas fotografias, além de ser inédita na zona é vista como uma ameaça, um elemento potencial de destruição ambiental.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, os Recursos Naturais Renováveis e a Polícia Federal também identificaram a estrada e destruíram retroescavadoras e aviões usados pelos mineiros – que também eles serão ilegais.

Pelo menos 20 mil mineiros estarão a trabalhar no território ocupado pelos Yanomami. Procuram sobretudo ouro.

Estima-se que haja cerca de 35 mil Yanomami no Brasil, espalhados por 200 locais na Amazónia.

“Essa estrada é uma ameaça real para os povos indígenas”, avisou Sónia Guanabara, líder indígena e deputada federal.

ZAP //

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