Mais dois pontos perdidos pelo FC Porto, e pela forma como o empate foi conseguido, é caso para dizer que os campeões nacionais ganharam um ponto.
O Estoril Praia não foi submisso à força dos “dragões”, jogou de peito aberto e marcou no final da primeira parte, por Tiago Gouveia, aguentando a pressão dos “azuis-e-brancos” até aos descontos, e já com menos uma unidade desde os 78 minutos.
Os visitantes apenas conseguiram marcar de penálti ao nono minuto do tempo de compensação, por Mehdi Taremi, correndo agora o risco de ficar a cinco pontos do líder Benfica, que joga em casa com o Marítimo este domingo.
Grande surpresa na Amoreira na primeira metade. Os “canarinhos” chegaram ao intervalo a vencer por 1-0, golo de Tiago Gouveia aos 41 minutos. E desengane-se se pensa que foi consequência de um lance fortuito. O Estoril Praia teve menos bola, é certo, menor qualidade no passe e aproximação à área, mas rematou mais e enquadrou mais dois disparos que o Porto.
Gouveia esteve até bem perto do 1-0 aos 29 minutos, quando atirou ao poste quando Diogo Costa estava por terra. Os “dragões”, por seu turno, viram dois golos anulados por foras-de-jogo de Stephen Eustáquio e Zaidu.
Ao descanso, o melhor em campo era o autor do golo, Tiago Gouveia, que fez três remates, um ao poste que conta como flagrante desperdiçada, marcou o tal golo, recebeu sete passes aproximativos e somou seis acções com bola na área portista.
Bom arranque de segundo tempo de parte a parte. Aos 51 minutos, Taremi atirou com estrondo à barra e, aos 55, Francisco Geraldes só tinha de empurrar, mas permitiu a defesa de Diogo Costa, quando já se gritava golos.
O mesmo aconteceu aos 80 minutos, quando Gabriel Veron cabeceou ao poste da baliza do Estoril, isto dois minutos após Mor Ndiaye ter visto vermelho directo, por entrada perigosa sobre o jovem brasileiro.
Em vantagem numérica, o Porto apertou no ataque nos derradeiros minutos, à procura do golo do empate. Os “canarinhos” tiveram de arrepiar caminho e fechar-se em copas, e quase conseguiram manter a vantagem. Só que, nos descontos, os “azuis-e-brancos” beneficiaram de uma grande penalidade, por braço de Joãozinho na área, e Mehdi Taremi resgatou um ponto para os visitantes.
Melhor em campo
Este foi um jogo de luta, em especial no meio-campo, e quando assim é, Matheus Uribe costuma assumir protagonismo. O colombiano foi o melhor em campo pelo que fez ofensiva e defensivamente.
Além de ter somado três passes para finalização, um dos máximos do jogo, o médio completou 91% das entregas, somou o máximo de ações com bola (89), de recuperações de posse (15), ações com bola no meio-campo contrário (4) e desarmes (5). Até cansa.
Destaques do Estoril Praia
Tiago Gouveia 6.8
Joga muito este miúdo emprestado pelo Benfica aos “canarinhos”. O extremo marcou o golo da sua equipa, foi um de apenas três jogadores a chegar aos três remates, um deles embateu no poste direito da baliza de Diogo Costa, e somou seis ações com bola na área contrária. A ocasião flagrante desperdiçada corta-lhe a nota.
Bernardo Vital 6.1
O central teve muito trabalho, em especial no último quarto-de-hora da partida. Foi o jogador que mais alívios somou, nada menos que 12, o dobro do segundo valor mais alto, e ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos.
Francisco Geraldo 5.3
Uma exibição para debate. “Na TV” Geraldes foi o MVP, mas a exibição do médio esteve longe de ser perfeita, ou mesmo boa, algo que os números não deixam escapar e os olhos sim. Não raras vezes teve a possibilidade de fazer passes de rutura para isolar colegas, mas decidiu quase sempre prender a transição e guardar o esférico, perdendo-se bons lances de ataque.
Além disso, foi o jogador com mais passes falhados da partida (12, a par de Pepê), com mais passes de risco desperdiçados (8), o segundo com mais perdas de posse (20), oito delas em zona perigosa (primeiro terço), máximo do encontro. E ainda desperdiçou uma ocasião flagrante.
Destaques do FC Porto
Pepê 6.8
O brasileiro foi dos mais ativos e criativos do “dragão”. Além de três passes para finalização, teve sucesso em dois de três cruzamentos de bola corrida, fez dois passes super aproximativos, completou quatro de seis tentativas de drible, registou quatro conduções aproximativas e uma super aproximativa e terminou com números defensivos de respeito: 11 recuperações de posse, quatro ações defensivas no meio-campo contrário, três desarmes e outras tantas interceções.
De negativo as 24 perdas de posse (máximo), os quatro desarmes sofridos e os cinco maus controlos de bola.
Galeno 6.7
O extremo entrou para a última meia-hora e agitou com, o encontro do lado do Porto, com três remates, três passes para finalização, seis ações com bola na área contrária e três dribles completos em cinco.
Diogo Costa 6.5
O guardião teve de ser chamado a realizar três defesas, todas a remates na sua grande área, duas a disparos a menos de oito metros. Esteve muito atento entre os postes.
Fábio Cardoso 6.2
O central jogou no lugar do lesionado Pepe e fez um bom jogo, com quatro alívios e especial participação em lances ofensivos, com quatro duelos aéreos ganhos em cinco lá na frente (e ganhou dois de três defensivos).
Eustáquio 6.1
O médio fez dois passes para finalização, sete ofensivos valiosos (máximo) e dois super aproximativos, e destacou-se na pressão, com quatro ações defensivas no meio-campo contrário.
Rodrigo Conceição 6.0
O jovem lateral-direito acabou sacrificado quando o Porto abdicou de defender para ir atrás do resultado, mas acabou com bons números, em concreto sete cruzamentos de bola corrida, dois deles eficazes, dez recuperações de posse e três interceções.
Taremi 5.7
O iraniano voltou a marcar, e de grande penalidade. Na sua contabilidade registou ainda três remates, um à barra, e o máximo de ações com bola na área contrária (12). Falhou nove de apenas 21 passes (57%).
Zaidu 5.7
Veloz, foi importante para acompanhar a rapidez dos extremos contrários. Curiosamente foi dos jogadores com mais ações com bola na área contrária (6) e ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos.
Resumo
// GoalPoint