Foi nomeado por Donald Trump para Procurador-Geral dos EUA, mas retirou-se ao fim de uma semana. É acusado de má conduta sexual e uso de drogas. Quem é Matt Gaetz, o “incendiário” com a mais rápida ascensão e queda?
Matt Gaetz, Donald Trump, Elon Musk, Susie Wiles e o conselheiro jurídico Boris Epshteyn entraram num avião. O voo, saído de Washington, durou duas horas e tinha como destino a Florida.
Foi aí, com turbulência pelo meio, que decidiram nomear Gaetz, ex-congressista republicano da Florida com 42 anos, como Procurador-Geral dos EUA. Sabia-se que o ex-advogado tinha sido objeto de um inquérito federal de três anos sobre tráfico sexual, que terminou em 2023 porque o Departamento de Justiça se recusou a apresentar acusações.
Foi também alvo de um inquérito do Comité de Ética da Câmara sobre alegações de má conduta sexual, uso de drogas ilícitas e uso indevido de fundos de campanha, entre outros assuntos, conta a BBC.
Gaetz nega todas as acusações que recaem sobre si, mas isso não o demoveu de apresentar, esta quarta feira, a sua demissão, apenas uma semana após ser nomeado. Foi substituído por Pam Bondi.
De acordo com a BBC, um conselheiro de Trump explicou a escolha de Gaetz: “Todos os outros olharam para Procurador-Geral como se estivessem a candidatar-se a uma nomeação judicial”. Não foi o caso de Gaetz, que se entusiasmou com a ideia de ir “até lá e começar a cortar cabeças“, como prometeu.
Mas Já se antevia que os problemas de Gaetz com a justiça poderiam dar problemas. De acordo com o The Hill, os senadores do Partido Republicano tinham já afirmado esta semana, antes da desistência, que as alegações contra Gaetz eram suscetíveis de serem espalhadas pelos meios de comunicação social.
Não só foram, como parece ter dissuadido o republicano de iniciar funções. O novo líder da maioria no Senado, John Thune, republicano do Dakota do Sul, disse que o processo judicial que o suposto Procurador-Geral ia enfrentar seria como “Kavanaugh em esteroides”, referindo-se às audiências controversas do nomeado para o Supremo Tribunal Brett Kavanaugh em 2018.
Apesar da desistência, Trump continua a adivinhar um “futuro maravilhoso” para o nomeado. Já a mulher de Gaetz, Ginger, postou no X uma fotografia dos dois a abandonar o Capitólio. Uma semana depois de o marido ter assumido o cargo, já antevia grandes feitos: “o fim de uma era”, escreveu na legenda. Uma era que durou 8 dias.