A utilização de esteróides a longo prazo pode danificar a memória

Uma nova investigação da Universidade de Bristol revelou que há muito espaço para o desenvolvimento de medicamentos que podem ser utilizados para tratar questões específicas de memória.

O medicamento anti-inflamatório mais administrado para uma variedade de doenças é o glucocorticoide, também conhecido como esteróides. Contudo, estes muitas vezes afetam negativamente o humor, o sono e a memória, com pacientes a sofrer de declínio cognitivo e de perturbações da memória, relatou o Tech Explorist.

No estudo publicado recentemente na PNAS, a equipa liderada por Becky Conway-Campbell procurou investigar a influência do tratamento com esteróides nos processos de memória para determinar se os efeitos adversos relatados eram devidos ao medicamento ou à condição médica subjacente.

Os investigadores descobriram que mesmo uma utilização de cinco dias de esteróides estava associado a uma diminuição da função de memória ao completar uma tarefa que envolvia aprendizagem e memória.

De acordo com uma investigação, realizada em ratos, a medicação afetou consideravelmente o hipocampo, uma região cerebral crítica para a memória e para a aprendizagem.

A atividade funcional do hipocampo, avaliada por registos eletrofisiológicos, foi severamente diminuída nos ratos tratados com metilprednisolona, fornecendo a primeira evidência de uma causa raiz para a perda de memória.

Os resultados fornecem novas perspetivas sobre a influência do tratamento com esteróides nas funções da memória na ausência de distúrbios médicos subjacentes.

Matthew Birnie, outro dos autores, referiu: “as pessoas a quem são receitados esteróides relatam frequentemente défices de memória. No entanto, tem sido difícil perceber se este é o resultado da causa médica subjacente ou se é um efeito adverso do próprio tratamento”.

“Demonstrámos que o tratamento a longo prazo com esteróides pode bloquear a eficácia [da memória] a qualquer hora do dia e pode contribuir para o nevoeiro cerebral experimentado por muitas pessoas” que os tomam, disse Stafford Lightman, professor de medicina da Universidade de Bristol.

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