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Este sapo finge ser uma cobra para não ser atacado por predadores

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Konrad Mebert

Há um novo mestre da camuflagem no reino animal. O sapo gigante do Congo pode não conseguir mudar de cor para se confundir com o ambiente em redor, mas finge ser uma cobra para afastar os predadores.

A coloração do sapo lembra a da víbora do Gabão, particularmente as manchas e riscas castanhas escuras no corpo do sapo e na cabeça da víbora e uma nítida mudança de cor das costas do sapo para o flanco. O sapo também tem uma pele estranhamente lisa, tendo em conta os seus primos sapos.

O herpetologista Chifundera Kusamba, do Centro de Pesquisa em Ciências Naturais da RDC, descreveu ouvir o sapo emitir um som que comparou com o ar a ser libertado de um balão, que também se assemelha ao som sibilante que a víbora faz antes de fazer um ataque defensivo. Há um século, o biólogo americano James Chapin descreveu ver o sapo “curvar-se” de forma a esconder as suas pernas.

“O nosso estudo é baseado em 10 anos de trabalho de campo e na observação direta de cientistas que tiveram a sorte de ver o comportamento do sapo em primeira mão. Estamos convencidos de que este é um exemplo de imitação batesiana, onde uma espécie inofensiva evita predadores, fingindo ser perigosa ou tóxica”, disse Eli Greenbaum, principal autor do estudo, em comunicado, divulgado pelo EurekAlert.

Greenbaum, que publicou o estudo este mês na revista especializada Journal of Natural History, reconhece que a prova de imitação requer evidências de que os predadores do sapo são algumas vezes enganados. Ainda há poucas evidências disso, porque o sapo raramente é visto no seu habitat nativo, a floresta tropical da África central. Demoraria muito tempo ou sorte para testemunhar essa situação, de acordo com o IFLScience.

“Dado o tamanho relativamente grande e, portanto, o valor calorífico deste sapo em comparação com outras espécies, seria uma presa tentadora para uma grande variedade de predadores generalistas, incluindo primatas e outros mamíferos, lagartos, cobras e pássaros”, disse Kusamba.

A víbora de Gabão tem presas com cinco centímetros de comprimento – são as mais longas entre as cobras – que usam para fornecer uma grande carga de veneno. Apesar de o veneno não ser letal, a mordida desta víbora foi descrita como a mais dolorosa do mundo.

ZAP //

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