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Verniz estalou na JS. Sérgio Sousa Pinto anunciou a chegada do estalinismo à jota, mas o novo líder nega

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O verniz estalou na Juventude Socialista. Sérgio Sousa Pinto, deputado e antigo secretário-geral da JS, acusou Miguel Costa Matos de ter omitido de forma deliberada figuras históricas da organização no seu discurso de encerramento do XXII Congresso Nacional da JS.

Este domingo, Miguel Costa Matos, novo líder da JS, recusou estar a reescrever a história desta organização de juventude e considerou “injustas” as críticas que lhe foram feitas pelo deputado do PS Sérgio Sousa Pinto.

“Essas críticas são injustas, porque várias vezes já destaquei e elogiei o papel de Sérgio Sousa Pinto no ativismo social na luta pela igualdade, designadamente pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez. No meu discurso, era difícil referir-me a todos os anteriores 13 líderes da JS, mas todos foram importantes”, afirmou.

Em declarações à Lusa, Sérgio Sousa Pinto, que liderou a Juventude Socialista na década de 1990, acusou de estalinismo o novo secretário-geral, dizendo que apagou o seu nome e o de António José Seguro da história desta organização.

No encerramento do XXII Congresso Nacional da JS, que decorreu em formato digital este domingo, Miguel Costa Matos falou em vários antigos líderes desta organização de juventude da década de 1970, como Margarida Marques e Arons de Carvalho, e de outros mais recentes, como Duarte Cordeiro, Pedro Nuno Santos e Maria Begonha.

No entanto, o deputado socialista e ex-assessor económico do primeiro-ministro, António Costa, na série de antigos líderes da JS que mencionou, não se referiu nem a Sérgio Sousa Pinto, nem ao anterior líder do seu partido, António José Seguro. Sérgio Sousa Pinto considerou que “esse é o comportamento de um estalinista”.

A eleição de um estalinista é a pior desgraça que podia acontecer a uma organização como a JS. Nunca pensei que a JS tentasse apagar-me da sua memória”, disse o atual presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros.

Na resposta a estas acusações, Miguel Costa Matos defendeu que se está perante “um mal-entendido” que pretende resolver “rapidamente” e observou que esta questão poderia ter ficado esclarecida “como camaradas no Grupo Parlamentar do PS e não na praça pública”.

Não quero reescrever a história e tenho orgulho em todos os anteriores secretários-gerais da JS. Todos foram importantes para afirmar as nossas causas. Agora, na minha intervenção, apenas referi alguns e penso que é injusto exigir-se que 13 anteriores secretários-gerais sejam todos citados num discurso”, reagiu o novo líder da JS.

No seu primeiro discurso como líder, Miguel Costa Matos defendeu que a uma “crise sem precedentes”, como a causada pela pandemia, há que responder com “um Estado Social reforçado e robustecido”, e prometeu que a JS estará sempre “contra os que querem desmantelar” o Estado social em Portugal, a direita, e fez a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “gratuito e de qualidade”.

Foi nesta sequência que Miguel Costa Matos reivindicou, perante o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, uma “educação pública”, aí incluindo o ensino superior e as creches publicas, “completamente gratuita em todos os ciclos de ensino e de excelência”.

O novo secretário-geral da JS – eleito com 179 votos a favor, 17 contra e seis votos em branco -, pediu ainda “uma desforra” às forças de direita no debate de ideias e atacou a extrema-direita “cobarde” por não defender ou mesmo atacar “os mais fracos” da sociedade.

ZAP // Lusa

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