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Estado perdeu o rasto a cinco jovens romenos forçados a mendigar pelos pais

O Estado português perdeu o rasto a cinco jovens romenos que estavam numa instituição por ordem judicial. Ninguém sabe onde estão as três raparigas e os dois rapazes retirados à família, que os usava em falsos peditórios.

A 15 de novembro de 2017, os cinco jovens foram acolhidos numa instituição para crianças e jovens em perigo, depois de terem sido retirados à família que os usava em falsos peditórios. Nesse mesmo dia, os pais e um terceiro adulto foram detidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Segundo o jornal Público, os jovens ficaram sob responsabilidade do Estado português, por decisão judicial. No entanto, as três raparigas e os dois rapazes, agora com idades entre os 12 e os 18 anos, desapareceram do lar de acolhimento, em junho deste ano, e o Estado não sabe sequer se as crianças estão em território nacional.

Contactado pelo matutino, o gabinete de imprensa do SEF explica que “atualmente estão difundidos pelo Sistema de Informação dos países europeus do Espaço Schengen vários pedidos de localização judicial dos menores desaparecidos, por determinação do tribunal de Família e Menores”.

Além disso, esclarece ainda que “após a detenção do grupo criminoso, o SEF colaborou com o Tribunal de Família e Menores do Porto e Diretoria da Polícia Judiciária do Porto, no sentido de prestar toda a informação possível” no que diz respeito a “moradas conhecidas e outra informação considerada relevante para eventualmente apurar o paradeiro dos menores”.

As autoridades tentaram descobrir o paradeiro dos jovens, mas sem sucesso. O Tribunal de Família e Menores do Porto acabou por arquivar, em 5 de junho de 2018, os processos de proteção abertos quando os adultos foram presos.

Duas raparigas e dois rapazes são filhos do casal. A estes quatro jovens juntou-se uma quinta menina que o casal foi buscar à Roménia em 2016. A mãe da criança deu consentimento para vir para Portugal e ficar a cargo de Ion Haralampie (de 37 anos) e Alina Calin (de 35 anos), os dois adultos, identificados como pais das quatro crianças. Nesta atividade, também participava um terceiro adulto, Tudoroi Radu, de 22 anos.

Os três adultos estão a ser julgados por quatro crimes de maus tratos, utilização das crianças para a mendicidade e por um crime de tráfico de seres humanos e associação criminosa.

As alegações finais dos advogados e do Ministério Público, que antecedem a leitura da sentença, estão previstas para esta quarta-feira.

ZAP //

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