Esta estranha criatura das profundezas do mar caça na escuridão há 300 milhões de anos

OceanX

A espécie recentemente descoberta, com corpos transparentes e grandes olhos de inseto, ficou presa a 600 metros abaixo do mar. Esta criatura caça nas profundezas marinhas há 300 milhões de anos.

Uma nova espécie de isópode gigante das profundezas do mar foi identificada nas Bahamas, depois de investigadores da OceanX terem colocado armadilhas no fundo do mar.

Segundo o IFL Science, trata-se de “primos” dos insetos terrestres, que desempenham um papel ecológico semelhante no ciclo dos nutrientes — o que os torna uma parte vital do ecossistema.

Estas criaturas alienígenas têm corpos transparentes e grandes olhos de inseto que as ajudam a procurar presas nas profundezas sombrias.

Esta espécie alimenta-se de pepinos-do-mar, esponjas e nemátodos, mas também come qualquer coisa que venha de cima.

As novas criaturas foram descobertas durante uma investigação, em 2019, liderada pela OceanX e pelo Instituto Cape Eleuthera, que instalou armadilhas para enguias como isco e armadilhas luminosas no Exuma Sound a profundidades entre 540 e 656 metros.

Com tamanhos que variam entre os 4 e os 6 centímetros, estas criaturas são descritas como grandes, comparativamente com outras espécies do seu género — a maioria das quais tem menos de 3 centímetros.

O estudo foi publicado no Zootaxa, em janeiro, e a espécie foi batizada de Booralana nickorum, em homenagem a dois membros da família de Edward Brooks, autor sénior do estudo.

Assim, esta nova espécie junta-se a duas outras espécies de Cirolanidae marinhos descobertas na região das Caraíbas, desde 2010: Bathynomus maxeyorum e Bathynomus yucatanensis.

O seu corpo segmentado é protegido por um exoesqueleto endurecido, que é branco, à primeira vista, mas quase translúcido. Não há necessidade de uma coloração vistosa quando se vive num habitat quase totalmente desprovido de luz.

“Podemos ver as suas entranhas e outras coisas”, disse Nicholas Higgs, coautor do estudo.

De acordo com Higgs, que também é diretor de investigação e inovação no Instituto Cape Eleuthera, ficou claro para a equipa que a nova espécie era “definitivamente diferente de tudo o que já tínhamos visto antes“, quando a observaram pela primeira vez a bordo do navio de investigação.

Curiosamente, a descoberta do isópode surge no âmbito de uma missão que se centrou na identificação de espécies de águas profundas e médias, no teste de modelos 3D de organismos pouco conhecidos, na investigação da expansão e do estado de alimentação de algas marinhas no fundo do oceano e na marcação por satélite de tubarões de seis barbatanas em profundidade.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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