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Esqueça o sangue ou DNA, respire e saiba como está de saúde

Mizrak / Flickr

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Muitos são os avanços que recentemente têm ocorrido a nível da Medicina. O mais recente, relacionado com exames médicos, não usa nem sangue nem DNA – apenas a respiração.

Raed Dweik, médico responsável pelo programa de hipertensão pulmonar no Instituto Respiratório da Clínica de Cleveland, passou vinte anos a estudar os padrões moleculares na respiração que podem dar indícios do que está a acontecer dentro do corpo.

Isto inclui doenças como câncro do pulmão, doenças do fígado, cardíacas, asma e inflamações intestinais. E as implicações médicas são de extrema importância: este dispositivo – semelhante ao usado para soprar ao balão para detectar a taxa de álcool no sangue – pode ser tão preciso quanto o teste de sangue ou a tradicional biópsia, mas mais barato e menos invasivo.

clevelandclinic.org

Raed Dweik, investigador do Instituto Respiratório da Clínica de Cleveland,

Raed Dweik, investigador do Instituto Respiratório da Clínica de Cleveland,

«Para muitas pessoas, a respiração representa o que está nos pulmões», afirmou Dweik em declarações à Mashable. «Porém, percebemos agora que qualquer coisa que esteja no corpo e que está, eventualmente, no sangue, pode ser medida através da respiração», acrescentou.

Alguns dispositivos de análise da respiração apresentam uma maior concentração de certas moléculas.  Outros mostram exactamente quais as moléculas presentes e em que níveis, o que permite aos médicos entender melhor a saúde do indivíduo e, ao mesmo tempo, adquirir conhecimentos sobre a doença ou condição do mesmo.

Porém, nem todas as doenças são reveladas através destes dispositivos. Dweik não conseguiu, por exemplo, encontrar um padrão de respiração distinto em pacientes com câncro do esófago. Algumas condições podem também influenciar o resultado final, como é o caso da obesidade.

«Isso chocou-nos», advogou o médico responsável pelo projecto. «E foi por isso mesmo que comecei a pensar na respiração como algo muito para além dos pulmões… Agora temos de perceber o que acontece com as pessoas obesas que faz com que tenham uma respiração diferente. Será que metabolizam os alimentos de forma diferente? Este factor levanta muitas questões», desabafou.

Um dos próximos passos – e talvez o mais revolucionário – é fazer com que estes dispositivos andem sempre com as pessoas, e assim controlarem a sua saúde.

Esta realidade ainda está, no entanto, um pouco distante, uma vez que muitos dos dispositivos em estudo são do tamanho de máquinas de lavar roupa.

Ainda assim, Dweik não desanima e conclui: «Quando mais olhamos para a respiração, mais novidades descobrimos».

CG, ZAP

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