Esperança para os pinguins-imperadores: Quatro novas colónias descobertas na Antártida

Anne Fröhlich / Flickr

Os pinguins-imperadores agrupam-se para suportar o frio

Quatro novas colónias de pinguins-imperadores foram avistadas na Antártida. Esta descoberta traz esperança à espécie que está condenada à extinção, dentro de poucas décadas, se as alterações climáticas não forem mitigadas.

Quatro novas colónias de pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) foram avistadas na Antártida, em imagens de satélite, elevando para 66 o registo de locais de nidificação desta espécie classificada como “quase ameaçada” de extinção.

Alguns pinguins-imperadores, os maiores do mundo, estão a transferir as suas colónias para outros locais, uma vez que o colapso de gelo marinho provocado pelo aquecimento climático ameaça os locais de reprodução, segundo a investigação divulgada esta quarta-feira na Antarctica Science.

Uma colónia de pinguins perto da Baía Halley parece ter-se deslocado cerca de 30 quilómetros para leste, segundo Peter Fretwell, investigador do British Antarctic Survey, que explicando que as condições instáveis a partir de 2016 tornaram o antigo local perigoso.

“Os pinguins-imperadores decidiram tentar encontrar gelo marinho mais estável”, explicou o investigador, considerando que as quatro colónias recém-descobertas poderão existir há anos, mas os cientistas ainda não as tinham descoberto.

Os satélites foram a técnica escolhida para encontrar imperadores, sendo as colónias rastreadas por manchas no gelo branco. Se os pássaros se reunirem em número grande o suficiente, a mancha é visível até mesmo do espaço.

Copernicus

Colónias de pinguins-imperadores na Antártida

Na maioria dos casos, as colónias descobertas são pequenas, com menos de mil casais reprodutores cada uma, detalhou Peter Fretwell.

As colónias descobertas não alteram, no entanto, de forma significativa as estimativas populacionais globais – de menos de cerca de 300 mil casais reprodutores – mas ajudam os cientistas a compreender para onde os pinguins podem estar a deslocar-se.

Os pinguins-imperadores são uma espécie “quase ameaçada” de extinção e há projeções que indicam que a espécie tem apenas algumas décadas na Terra se não forem tomadas medidas para mitigar as alterações climáticas.

 

Uma outra investigação liderada por Peter Fretwell, divulgada em agosto passado, estimou a morte de cerca de 10 mil crias de pinguim-imperador no final de 2022, na Antártida, de uma só vez, devido ao colapso do gelo marinho.

Prevê-se que mais de 90% das colónias de pinguim-imperador possam desaparecer quase por completo, até o final do século, à medida que o gelo marinho sazonal da Antártida se reduz, num mundo cada vez mais quente.

“Os imperadores dependem do gelo marinho para o seu ciclo reprodutivo; é a plataforma estável que usam para criar os seus filhos. Mas se esse gelo não for tão extenso como deveria ser ou se desfizer mais rápido, as aves estão em apuros“, explicou o cientista, em agosto, à BBC News.

ZAP // Lusa

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