As alterações climáticas estão a ameaçar a existência de um dos animais mais emblemáticos da Antártida: o pinguim-imperador.
O pinguim-imperador corre sério risco de extinção nos próximos 30 a 40 anos em consequência das alterações climáticas, alerta a bióloga Marcela Libertelli, do Instituto Antártico Argentino.
Segundo a especialista, citada pelo IFL Science, as projeções indicam que a espécie tem apenas algumas décadas na Terra se não forem tomadas medidas para mitigar as alterações climáticas.
A ameaça relaciona-se sobretudo com o ciclo reprodutivo, uma vez que algumas colónias não têm conseguido manter as crias vivas. Em Halley Bay, no Mar de Weddell, por exemplo, todas as crias morreram nos últimos três anos.
As crias não sobrevivem porque o gelo do mar congela demasiado tarde ou derrete demasiado cedo, expondo-as às águas geladas da Antártida. Ao contrário dos adultos, os bebés pinguins-imperador ainda não têm a plumagem necessária para sobreviver a estas condições extremas de temperatura.
A espécie, vulnerável à ameaça da degradação do habitat, tem o ciclo reprodutivo mais longo de todos os pinguins, o que significa que os pais devem sentar-se com as crias no gelo marinho sólido até estas estarem prontas para nadar.
“Se a água chegar aos pinguins recém-nascidos, que não estão prontos para nadar e não têm plumagem à prova de água, morrem de frio e afogam-se“, explicou Libertelli. “As projeções sugerem que as colónias localizadas entre as latitudes 60 e 70 graus [sul] irão desaparecer nas próximas décadas, ou seja, nos próximos 30 a 40 anos.”
O alerta fica dado numa altura em que ainda é possível adotar medidas para controlar e mitigar os efeitos mais perigosos das alterações climáticas.