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Cientistas descobrem nova espécie de besouro nos excrementos fósseis de um dinossauro

(dr) Małgorzata Czaja

Reconstrução do Silesaurus opolensis

As fezes fossilizadas de um dinossauro do final do Triássico revelaram, cerca de 230 milhões de anos depois, uma nova família de besouros.

No final do Triássico, naquilo que hoje é a Polónia, um dinossauro fez uma grande refeição à base de algas verdes e, de seguida, evacuou (por outras palavras, fez cocó). Foi um dia como outro qualquer para este animal mas, cerca de 230 milhões de anos depois, as suas fezes fossilizadas revelaram uma família inteira de besouros.

Segundo o site Science Alert, estes insetos, agora chamados Triamyxa coprolithica, são não só os primeiros a ser descritos a partir de fezes fossilizadas, como também são diferentes de tudo o que já foi descoberto em âmbar.

“Fiquei realmente surpreendido ao ver o quão bem preservados estavam”, disse Martin Qvarnström, paleontólogo da Universidade de Uppsala, na Suécia, e um dos autores do estudo publicado, a 30 de junho, na revista científica Current Biology.

Depois de uma análise detalhada, os investigadores colocaram esta nova espécie de besouro na sua própria família: Triamyxidae. Dadas algumas semelhanças, suspeitam que os insetos sejam uma ramificação extinta de uma pequena subordem de besouros, conhecida como Myxophaga.

Qvarnström et al.

Triamyxa coprolothica

Atualmente, os besouros deste tipo podem ser encontrados em grande número em tapetes de algas verdes, geralmente perto da água. A nova descoberta sugere que os seus antigos parentes também podem ter sido abundantes em ambientes aquáticos semelhantes.

Relativamente às fezes fossilizadas, conta o mesmo site, os cientistas acreditam que tenha vindo de um dinossauro chamado Silesaurus opolensis, que se alimentava sobretudo de plantas, mas também de insetos.

“Embora pareça que o Silesaurus opolensis ingeriu vários espécimes do T. coprolithica, este besouro era provavelmente demasiado pequeno para ter sido o único alvo”, explicou Qvarnström.

“Em vez disso, o Triamyxa provavelmente partilhou o seu habitat com besouros maiores, representados nas fezes por restos desarticulados, e com outras presas, que não ficaram reconhecíveis. Portanto, parece que o Silesaurus era omnívoro e que uma parte da sua dieta era composta por insetos”, acrescentou.

Esta descoberta faz os cientistas pensar que os excrementos fósseis, também conhecidos como coprólitos, podem ser uma excelente janela para descobrir mais coisas sobre a evolução dos insetos.

ZAP //

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