Especialistas australianos em ciências forenses estão a aperfeiçoar uma técnica desenhada para combater o terrorismo ao verificar o ADN ambiental em pó de roupas, bagagens ou até mesmo passaportes.
A investigação, liderada por Jennifer Young, professora da Universidade de Flinders, desenvolverá um sistema para rastrear a origem de pó em objetos suspeitos para estabelecer depois uma correspondência a um perfil de solo de uma determinada área ou país estrangeiro, explica a agência noticiosa Europa Press.
“[Esta ferramenta] poderá ajudar a fornecer evidências de onde poderá ter viajado uma pessoa de interesse com base na assinatura de ADN ambiental [presente] na poeira dos seus objetos pessoais”, explicou Young, citada em comunicado.
“Esta evidência microscópica de traços ambientais, baseada em análises geo-químicas, bacteriana e fúngicas de [um determinado] solo, complementaria e aprimoraria as ferramentas de inteligência forense que temos disponíveis atualmente”, pode ler-se no novo estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica especializada Forensic Science International: Genetics.
O professor Linacre, presidente da Forensic DNA Technology Universidade de Flinders, explica que as amostras ambientas servem como formas ideais de vestígios de contacto, uma vez que a deteção destes numa determinada cena de crime pode estabelecer uma relação entre um suspeito um local e uma vítima.
“Amostras ambientais extraídas através da tecnologia de ‘sequenciamento paralelo em massa’ fornecem assinaturas biológicas de misturas complexas de ADN e traços de amostras de baixa biomassa”, sustentou.
Na mesma nota de imprensa, a equipa explica que este projeto utilizará uma série de solos com propriedades contrastantes para perceber a relação entre os sinais biogeo-químicos do solo e o sinal da poeira derivado em condições controladas, antes de introduzir variáveis ambientais através de um procedimento “in situ”.