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Escolher Elina Fraga é “imprudente” e “uma cedência ao populismo”

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Miguel A. Lopes / Lusa

Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados, é a nova vice-presidente do PSD

O dia da tomada de posse de Rui Rio ficou marcado pela escolha de Elina Fraga para vice do partido. A ex-bastonária dos advogados foi apupada no Congresso e foram muitas as figuras que se insurgiram contra a escolha do novo líder.

Domingo foi o dia em que Rui Rio tomou posse e o último dia do 37º Congresso dos sociais-democratas, mas não foi isso que marcou o momento.

A Comissão Política de Rui Rio, que desde o início falou em promover a união e coesão do partido, foi aprovada com apenas 64,7% dos votos – um valor bem mais baixo do que os 79,8% que Pedro Passos Coelho conseguiu há dois anos.

A percentagem conseguida por Rui Rio foi considerada a pior desde 2007, com a Comissão Política Nacional de Luís Filipe Menezes.

A razão de Rio estar a entrar com o pé esquerdo pode estar ligada à sua escolha para assumir a vice-presidência do partido. Elina Fraga, a ex-bastonária da Ordem dos Advogados, foi uma escolha “imprudente” e uma “cedência ao populismo”, considerou o ex-líder social-democrata Marques Mendes.

Nos próximos dias, em vez de se falar do discurso dele e desta mudança de ciclo, fala-se desta escolha que fez para vice-presidente”, disse Luís Marques Mendes.

Com Rui Rio, concordaram alguns congressistas, que nem esconderam o desagrado e chegaram mesmo a vaiar a nova vice-presidente do PSD na sessão de encerramento.

Elina Fraga valeu a Rui Rio acusações de “traição” pela ministra da Justiça do Governo de Passos Coelho, Paula Teixeira da Cruz. Isto porque, quando Paula Teixeira da Cruz tutelava a pasta da Justiça, entre 2011 e 2015, Elina Fraga avançou com uma queixa crime contra todos os ministros do XIX Governo Constitucional por considerar que o mapa judiciário não considerava os interesses dos cidadãos.

A queixa crime visou até o então chefe do Governo, Pedro Passos Coelho, e desde então que a ex-bastonária não é uma figura consensual do próprio partido.

Outra das surpresas foi a escolha de Isabel Meireles, advogada, especialista em Assuntos Europeus e ex-candidata do PSD à câmara de Oeiras.

À direção do PSD regressam ainda vários ex-ministros, como David Justino, que teve a pasta da Educação com Durão Barroso e foi consultor de Cavaco Silva, na Presidência da República, e Nuno Morais Sarmento, ex-número dois de Barroso no PSD e no Governo.

Luís Marques Mendes aproveitou o seu habitual espaço de comentário na SIC para salientar também as “boas aquisições” que Rio fez ao trazer de volta David Justino, Nuno Morais Sarmento e Carlos Almeida.

O novo líder fica também sem maioria no Conselho de Jurisdição Nacional, agora presidido por Nunes Liberato, ex-secretário-geral do PSD e chefe da Casa Civil da Presidência, com Cavaco Silva.

Marcelo recebe hoje Rui Rio

A audiência de Rui Rio como o chefe de Estado, no Palácio de Belém, tinha sido agendada após o resultado das eleições diretas de 13 de janeiro no PSD, que ditaram a vitória do antigo autarca do Porto face ao adversário Pedro Santana Lopes.

Na sua intervenção no final do congresso do PSD, no domingo, Rui Rio defendeu também debates alargados no país sobre descentralização e a reforma do sistema da Segurança Social, embora sem apontar propostas concretas.

Propôs ainda o fortalecimento da classe média como “o principal foco de ação” de um partido social-democrata, a par do combate à pobreza.

Rui Rio será o último líder partidário a ser recebido pelo Presidente da República, que na semana passada ouviu os dirigentes do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), PEV (Partido Ecologista “Os Verdes”), PCP, CDS-PP, BE e PS.

O chefe de Estado disse que iria “ouvir os partidos sobre o que é importante para Portugal no imediato e a prazo”. “No imediato, como é que veem o orçamento para o ano que vem, o período que vai até às eleições e até ao termo da legislatura”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Sobre os temas a prazo, o Presidente da República deu o exemplo do “quadro financeiro plurianual, investimentos públicos a prazo, o chamado pós-2020”, querendo saber como é que os partidos “veem as prioridades no horizonte de 2030”.

CF, ZAP // Lusa

7 Comments

  1. O que têm a ver os cartilheiros comunas e aziados com o que se passa no PSD? Pensava que primeiro deixavam fazer as obras depois julgava-se, mas no regime dos comunas geringonços mata-se logo à nascença. Grandes vigaristas.

  2. Oh Sr. Rui Rio, acredite que o tinha por um homem atinado, que não dava passos sem os estudar em todas as suas implicações e consequências e que não convidava quer quer que fosse sem a certificação garantida das suas competências e da sua capacidade para mudar. Pois bem, esperava tudo isso e tinha para mim que era agora que o PSD iria mostrar o que vale, quando vossemecê se sai a incorporar na sua equipa aquela fraga, penedo de todo esconso e – diz-se em voz muito baixinha – que também “shemale”. Dou de barato e abomino o que possa haver de calúnia, mas lá que o Sr. deu um grande tiro no pé logo ao começar, ai isso deu e vai valer-lhe a perda de muitos votos, estando o manhoso do Costa, nesta altura, a rir-se a bandeiras despregadas. Faça-nos um favor: dê uma cambalhota, não com a fraga que a coisa pode ir parar onde você não quer, mas uma cambalhota política, isto é, arranje uma doencinha súbita para o penedo e arroje com ele para longe, chamando o Montenegro, depois de lhe adocicar o fel e de lhe passar a mão pelo lombo, eufemismo de costas. Sempre é outra loiça e competência e esse, sim, agora traz votos!

  3. Surpreende-me bastante o sentido de imparcialidade e de justiça do PSD ao criticar e apupar Elina Fraga, quando esta no exercício das suas legítimas funções de bastonária da Ordem dos Advogados cumpriu o seu deve imparcial de justiça ao defender o que, em consciência, considerou ser melhor para o país e para os portugueses. Pelo que depreendo agora de algumas tomadas de posição, o PSD ficaria mais satisfeito se Elina Fraga tivesse abdicado da sua consciência e da sua independência de justiça, alinhando pelo diapasão das decisões do Governo, mesmo que essas fossem prejudiciais aos interesses dos portugueses ou de uma parte deles. Chamar-se-á a isto então Social Democracia?

  4. Todos voçês pensam errado o que Elina vai fazer de bom ao PSD nada e outra se as coisas correrem mal a culpa é de Rui Rio pois Rui Rio sabia de antemão o que tinha acontecido quando ela fez a figura que fez apresentar queixa contra todo o governo de Passos ,e eu também me sinto ofendido,eu sempre pensei que esta senhora de má figura fosse do PS,mas ela não tem nada a ver com o PSD é uma estranha e Rio vai ter muitos problemas,tem dois anos para mostrar se é o homem certo para liderar o PSD caso contrário Luís Montenegro está por aì.

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