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Com as famílias em dificuldades, escolas alimentam 40% dos alunos que serviam antes do confinamento

Rodrigo Antunes / Lusa

Mesmo com as aulas online, as cantinas continuam a trabalhar para alimentar alunos com carências. Só na última semana, as escolas públicas serviram em média 45 mil refeições por dia. O número significa que estão a ser alimentados cerca de 40% dos alunos que eram atendidos no período de ensino presencial.

De acordo com o Público, em consequência do momento difícil que muitas famílias portuguesas estão a passar, o número de estudantes que recorre às cantinas para ter acesso a uma refeição não tem parado de crescer desde que, em janeiro, o Governo decidiu suspender as atividades educativas presenciais.

Antes da pausa letiva, nas três semanas de aulas de janeiro, as cantinas escolares serviram cerca de 115 mil refeições diárias. Na última semana, mesmo com a maior parte dos alunos em casa, foram atendidos 45 mil estudantes por dia, avança o Ministério da Educação.

Feitas as contas, percebe-se que este número mais do que duplicou face à primeira semana de suspensão letiva, onde foram servidas 21 mil refeições por dia em média. Na semana seguinte, comeram nas escolas 30 mil estudantes. A tendência de crescimento manteve-se quando os alunos retomaram o ensino à distância – as cantinas serviram então, em média, 37 mil refeições diárias.

Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, associa este crescimento aos “seríssimos problemas” que estão a afetar “muitas famílias”, devido aos impactos socioeconómicos da pandemia. “A sensibilidade das escolas aos problemas sociais tem sido o grande trunfo na ajuda às comunidades neste momento de dificuldade”, sublinha ao Público.

Os dados do Ministério da Educação ganham ainda mais força quando a comparação é feita com o ano passado. Na primeira semana de Abril, as escolas serviram 10 mil refeições diárias. Nessa altura, apenas os alunos com escalão A da Ação Social Escolar, ou seja, os mais carenciados, tinham acesso à refeição escolar.

O Governo decidiu depois alargar este apoio alimentar aos estudantes com escalão B, além de todos os que estão a ter aulas presencialmente nas escolas.

Ainda segundo os mesmo dados, percebe-se que o número de alunos em ensino presencial também tem vindo a crescer. Na semana passada, foram às escolas 18 mil alunos por dia, depois de na primeira semana de ensino remoto, as escolas receberam uma média diária de 12.500 estudantes.

Os estabelecimentos de ensino estão abertos, em primeira instância, para receber os filhos dos profissionais dos serviços essenciais.

ZAP //

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