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Cientistas preveem escassez global de água potável

Pedro França / Agência Senado

As reservas de água potável estão a diminuir, ao mesmo tempo que as mudanças climáticas estão a causar cada vez mais chuvas intensas.

Investigadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, descobriram que as nossas reservas de água estão a diminuir, ao mesmo tempo que as mudanças climáticas estão a causar mais chuvas intensas. Por esse motivo, os investigadores alertam: no futuro, teremos um mundo mais seco, principalmente em regiões que já são secas.

Liderados por Ashish Sharma, os cientistas utilizaram dados de 43.000 estações pluviométricas e de 5.300 locais de monitorização de rios de 160 países, ao invés de modelos de simulações de clima que, além de questionáveis, poderiam ser incorretos.

“Esperávamos o crescimento da precipitação, já que o ar mais quente armazena mais humidade”, disse Sharma, acrescentando que “o que não esperávamos é que, mesmo com todas as chuvas em excesso por todo o mundo, os grandes rios estejam a secar”.

Para este problema, a cientista aponta como causa a secagem dos solos nas nossas bacias, que eram húmidas antes de eventos de tempestades, permitindo, assim, que o excesso de água das chuvas escorresse para os rios. No entanto, as bacias estão agora mais secas, absorvendo mais água. Desta forma, menos água chega aos rios.

“Menos água nos nossos rios significa menos água para as cidades. Além disso, os solos mais secos significam que os agricultores precisam de mais água para cultivar. Este princípio acontece em todo o mundo, assumindo proporções sérias em lugares já secos. É extremamente preocupante”, acrescentou a cientista.

A secagem dos fluxos de rios pode causar a escassez de água. Por sua vez, um excesso de precipitação provoca inundações e interfere no reabastecimento de água doce.

“A água está a acabar, onde podemos armazená-la para uso posterior. Ao mesmo tempo, chuvas em excesso estão a sobrecarregar a infraestrutura de drenagem em vilas e cidades, levando a mais inundações urbanas”, conclui Ashish Sharma.

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