O segredo para escapar às picadas dos mosquitos está na cor da roupa

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USDAgov / Flickr

Aedes aegypti

A junção das cores com a deteção do odor do CO2 determina se um mosquito vai ou não fazer de nós o palco da sua próxima refeição.

Especialmente nos meses mais quentes, os mosquitos atormentam-nos com as constantes picadas. A chave para escaparmos a esta irritação típica do Verão pode estar na cor das nossas roupas, revela um novo estudo publicado na Nature Communications que pode ser útil na criação de repelentes.

Para além da comichão e irritação que resultam das picadas, os mosquitos transmitem também doenças perigosas como a dengue, malária ou zika, lembra a New Atlas. Saber mais detalhes sobre como estes insetos encontram hospedeiros pode ser importante para a definição de mais medidas de proteção e combate contra estas doenças.

Estudos anteriores já tinham mostrado que os mosquitos são atraídos pelo odor do dióxido de carbono emitido pelo nosso hálito e no estudo os investigadores da Universidade de Washington examinaram como esse odor os leva a procurar comida.

A equipa fez experiências com mosquitos fêmea da espécie Aedes aegypti registando as suas respostas a estímulos visuais e olfativos, como pintas de cores diferentes com ou sem um spray de CO2.

As conclusões mostraram que os mosquitos voavam para as pintas laranja, vermelhas, pretas e azuis ciano onde tivessem cheirado o dióxido de carbono. Sem o gás, os insetos ignoravam a maioria destas pintas, independentemente da cor.

Nos exemplos verdes, azuis, brancos ou roxos, os mosquitos ignoraram as pintas, mesmo que estas tivessem recebido o spray de CO2.

Os especialistas acreditam que a atração especial dos mosquitos pelo vermelho e o laranja se deve à semelhança destas cores com a cor da pele humana aos olhos dos insetos.

Nos testes seguintes, os investigadores usaram cartões de diferentes tons de pele humana ou de uma mão descoberta e concluíram que os mosquitos só voavam se cheirassem o CO2 primeiro.

Se os comprimentos de onda maiores fossem filtrados ou se a mão estivesse a usar uma luva verde, os insetos continuavam a ignorar tudo, mesmo com o spray.

A equipa testou a hipótese ainda em mosquitos geneticamente modificados— se os genes responsáveis pela atração pelo odor do CO2 ou pela visão das cores em comprimentos de onda longos fossem editados, os insetos não respondiam ao estímulo visual, o que indica que ambos os sentidos são precisos para que os mosquitos interpretem os alvos como a sua próxima refeição.

São ainda precisas mais investigações sobre outras pistas que atraem os mosquitos, como as secreções da pele, apontam os investigadores. Por enquanto, este novo estudo dá informações que podem ser úteis na criação de armadilhas para estes insetos e nas roupas que usamos ao ar livre no Verão.

ZAP //

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