Quase 80 denúncias em poucos dias mencionam práticas de assédio sexual de menores, violação, perseguição e não utilização de preservativo sem consentimento. Maioria ocorreu em instituições de ensino e nas redes sociais.
A recente acusação de violação contra o pianista João Pedro Coelho, por parte da DJ Liliana Cunha, mais conhecida como Tágide, abriu uma autêntica “caixa de Pandora” no seio da música em Portugal, mais especificamente no jazz.
Depois de a DJ ter dito que João Pedro Coelho tirou o preservativo sem consentimento, o músico e ex-professor alega “total inocência” e diz não ter cometido “factos, de cariz sexual”, em comunicado no seu Instagram — que entretanto foi desativado — mas depois da denúncia da DJ, foram atribuídas ao pianista outras 50 denúncias envolvendo menores e mulheres, que relatam que este as assediou, perseguiu e/ou violou, segundo a lista que o jornal Público consultou.
“João, o seu nome, decidiu atrair-me para uma noite de prazer que acabou por me fazer fugir às 6 da manhã da Ajuda completamente despida de nojo, sujidade e tristeza”, começou por escrever a DJ no Instagram.
“O seu nome não pode passar despercebido porque sei que ele continua a aplicar as mesmas táticas a outras mulheres” acusou ainda: “ele foi denunciado e sugiro a todas as mulheres por aí que tenham sido vítimas de abusos que se manifestem e falem”.
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Mas o pianista, que lecionava até recentemente em várias instituições de ensino musical, incluindo o prestigiado Hot Clube — onde trabalhou até ao ano letivo de 2022/2023 — não é o único envolvido no escândalo: o padrão de abusos parece estar bem presente no contexto do jazz português.
O caso de Liliana Cunha parece ter sido um catalisador: um total de 80 denúncias de assédio, abuso e violação surgiram nos últimos dias contra 18 pessoas, a maioria músicos, depois da abertura de um canal de denúncia através do email [email protected].
Para além de João Pedro Coelho, um segundo professor do Hot Clube, também afastado da escola, foi alvo de cinco acusações de assédio e agressão sexual.
As denúncias incluem assédio a menores e crimes como stalking (perseguição insistente, geralmente online) e stealthing (ato de não utilização de preservativo sem o consentimento do/a parceiro/a), além de agressão sexual e violação.
Três das 80 denúncias já foram formalizadas no Ministério Público e na Polícia Judiciária. A estas 80 falta ainda juntar as denúncias chegadas à rede informal através das redes sociais.
Muitas das denúncias têm origem, especificamente, nas instituições de ensino ligadas a esta área musical. Muitas mencionam também um padrão de abuso de poder por parte de profissionais mais influentes. São relatadas ocorrências em instituições de ensino, mas também através das redes sociais, com lugar nos últimos cinco anos.
Canais de denúncia reforçados
Após a onda de denúncias, algumas instituições de ensino tentaram reforçar os seus canais de denúncia.
A Escola Superior de Música de Lisboa, ligada ao Instituto Politécnico de Lisboa, criou um sistema de gestão para denúncias em conformidade com o Regime Geral de Proteção de Denunciantes, instituído apenas em setembro de 2023.
O Hot Clube, onde João Pedro Coelho já lecionou, também implementou um canal de denúncia anónimo em setembro de 2022, gerido por uma entidade independente, um modelo considerado uma boa prática para combater o assédio.
No entanto, tanto a Escola Superior de Música de Lisboa como o Hot Clube afirmaram não ter recebido qualquer queixa formal através destes canais.
No Conservatório Nacional, o procedimento é outro: as denúncias podem ser feitas ao provedor do aluno ou diretamente ao diretor, que tem a obrigação de encaminhar a queixa para as autoridades competentes, de acordo com as normas aplicáveis a instituições públicas de ensino.
Se metemos o “abuso de poder”, não se salva mesmo ninguém…
Tudo “intelectuais”, tudo gente armada em fina, tudo gente pretensiosa que ninguém conhece… Seduzir menores é fácil, mas estes “artistas” de meia tigela julgam-se importantes… Na cidade Invicta há um bem conhecido que tem idade para ter netos e sempre “engatou” raparigas de 16 anos…
Oh Zé Ninguém, e não há aí no Porto ( a grande cidade invicta) alguém que lhe decepe o “instrumento” sexual?!
Que vigarista este pianista! As lesadas, deveriam tentar agarrá-lo, com um estratagema, e cortarem-lhe a saliência peniana. Era remédio santo.
Por a caso eu quando soube que havia um Hot Club, não pensei que fosse de jazz, o Joãozinho deve-se ter enganado como eu. J.(azz) Diddy. Não percebo porque é que fechou o instagram, o Puff mantém aberto. quando ele for para a cadeia hão de o fazer bem melhor. como ele gosta, sem camisinha e sem oleo Johnson.