Escândalo de espionagem na Alemanha cria fricções na coligação de Merkel

EPP / wikimedia

A chanceler alemã, Angela Merkel

A chanceler alemã, Angela Merkel

O escândalo à volta das atividades de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) na Alemanha está a criar fricções dentro da coligação do governo liderado por Angela Merkel.

O atual ministro do Interior, Thomas de Maizière, vai ser interrogado na quarta-feira na comissão parlamentar de segredos oficiais sobre o tempo em que foi ministro da chancelaria e, como tal, responsável pela coordenação dos serviços secretos.

Questionada esta segunda-feira sobre o assunto numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo checo, Merkel limitou-se a insistir que não deve existir espionagem entre países amigos e que a cooperação com os serviços secretos estrangeiros é de grande importância.

Uma das questões suscitadas pelo é se a NSA incorreu em atos de espionagem económica contra empresas alemãs e se, para isso, contou com a ajuda da Agência de Informações Alemã (BND).

Um porta-voz do Governo insistiu que todas as informações relacionadas com os serviços secretos devem ser prestadas à comissão de segredos oficiais e não à opinião pública.

Dentro do Governo alemão, começando pelo ministro de Economia e vice-chanceler, Sigmar Gabriel, há quem considere que as informações prestadas ao parlamento não são suficientes.

“O que estamos a viver é um escândalo à volta dos serviços secretos com capacidade de gerar um grande choque”, afirmou Gabriel na condição de presidente do partido Social Democrata (SPD, sigla em alemão).

O vice-chanceler apelou para que os dados de conexão dos computadores dos serviços secretos sejam entregues à comissão de segredos oficiais e à comissão parlamentar que investiga o escândalo.

Na mira das investigações está o atual ministro da chancelaria, Peter Altmeier, e os seus antecessores, Ronald Pofalla e De Maizière, todos membros da União Cristã Democrata (CDU), partido de Angel Merkel.

O escândalo da espionagem perturbou a ala bávara da CDU, a União Social Cristã, que pediu esta segunda-feira que o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, que foi ministro da chancelaria durante o Governo de Gerhard Schröder (1998-2005), preste declarações.

/Lusa

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