Marcos Santos / USP
O exame nacional de Física e Química A, realizado esta quinta-feira, tem “uma pequena imprecisão” na questão 10, relacionada com uma experiência da componente de sinais e ondas.
O alerta surgiu através da Sociedade Portuguesa de Física (SPF) que considera, no entanto, que a falha na prova não deverá prejudicar os alunos.
“Como é uma questão muito trabalhada em sala de aula não deve prejudicar os alunos, que a terão feito quase por reflexo condicionado”, disse a presidente da SPF, Conceição Abreu, em declarações ao jornal Público.
“O item 10.2 admite duas respostas certas, o que não é possível”, explica Carlos Portela — docente da disciplina e professor do ano em 2019 —, que fala em “erro grave”.
Já o Instituto de Avaliação Educativa (Iave), responsável pela elaboração dos exames nacionais, nega que existam problemas.
“No entender do Iave não existe qualquer imprecisão na questão 10. Relativamente à questão 10.2, a única resposta correta é a C, de acordo com os dados da questão”, defendem.
Apesar de a parte relativa à Química ter sido mais acessível e cujo “grau de dificuldade das questões” é adequado, Conceição Abreu receia que os bons alunos saiam prejudicados na parte da Física.
“Há grupos muito trabalhosos, a que os bons alunos não fugiram, mas é natural que não tenham conseguido chegar ao fim”, disse referindo que a cotação (10 pontos) igual para todas as questões “pode beneficiar a média final porque os alunos sofríveis fazem as mais acessíveis, mas que apontam para resultados de 19 valores saem prejudicados”.
Carlos Portela considera, pelo seu lado, “inadmissível” que várias questões, como a 8.1, apresentem “redações muito confusas”.
“Os itens obrigatórios são assinalados por um asterisco, mas tal não é claramente dito na introdução da prova. Diz-se apenas ‘devidamente identificados no enunciado. Não se explica como são identificados. Este aspeto deveria ser melhorado”, diz ainda a Sociedade Portuguesa de Química.
