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Entre fogo e gás pimenta: agricultores rompem barreira de segurança da UE

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Agricultores em protesto abalroam as barreiras de segurança das instituições europeias, em Bruxelas, na manhã desta segunda-feira, e envolveram-se em confrontos com as autoridades.

Logo no início desta manhã, centenas de agricultores bloquearam os principais acessos à Comissão Europeia, em Bruxelas, exigindo apoios concretos para debelar as dificuldades que enfrentam.

Pelas 08h30, centenas de tratores bloquearam os acessos à rotunda de Schuman, a escassos metros dos edifícios da Comissão Europeia e do Conselho e Europeu, e ocuparam a totalidade da Rue de La Loi, uma das principais e mais movimentadas da capital da Bélgica.

O perímetro de segurança instalado pela polícia impediu o avanço dos agricultores até à rotunda, mas os protestos escalaram, depois.

Depois de terem atirado fardos de palha com estrume e de dois tratores terem esmagado as barreiras de segurança que separam os manifestantes dos edifícios da Comissão Europeia e do Conselho da UE, os manifestantes envolveram-se em conflitos com a polícia de intervenção.

Eram cerca das 11h00 locais (12h00 de Lisboa) quando os agricultores romperam uma das barreiras de segurança entre o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia, procurando com os tratores chegar o mais perto possível das instalações do executivo comunitário.

Depois, os agricultores aproximam-se do edifício do Conselho Europeu e envolveram-se em confrontos com a polícia, que usou gás pimenta para os fazer recuar.

A Chaussée D’Etterbeek, rua nas traseiras dos edifícios do Conselho da UE, está “cercada” e a polícia de intervenção está a tentar impedir o avanço dos manifestantes que atiram petardos, com o recurso a gás pimenta e canhões de água.

Às 11h55 locais (10h55 em Lisboa), os agricultores fizeram uma coluna e estão a tentar avançar.

A polícia de intervenção reforçou o disposto e chegaram mais agentes aproveitando as passagens entre as instituições europeias.

Ao início da manhã, a polícia impediu os jornalistas de acederem aos espaços para fazer o acompanhamento da manifestação e aos edifícios da Comissão, ainda que devidamente acreditados.

O cenário em frente ao Parlamento Europeu no dia 1 de fevereiro repete-se hoje em frente ao local das decisões do executivo de Ursula von der Leyen.

Com palavras de ordem e buzinas que ecoam pelas ruas demonstram o descontentamento pelas decisões do executivo comunitário.

A falta de apoios específicos, por exemplo, para acompanhar as ambições ambientais de Bruxelas é uma das reivindicações.

A manifestação ocorre no mesmo dia em que os ministros da Agricultura dos 27 Estados-membros estão reunidos a poucos metros dos manifestantes, para analisar as medidas de ajuda aos agricultores.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O Parlamento Europeu, cada vez mais tomado pela direita e sua extrema, já não conta com os tansos “bons alunos”, que tudo acatam e praticam.
    Obviamente que estão nomeados para tomarem legítimas decisões, mas elas não podem acontecer de forma unilateral, ao arrepio de quem sofre as consequências, que recaiem diretamente em quem não tem alternativas, e fica com a vida virada do avesso.
    Se houver alternativas, ninguém melhor do que quem trabalha para as conhecer e acatar, se plausíveis, e da discussão só poderá nascer luz.

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