Entre a foice, o martelo e a motosserra: quem resolve o problema da calvície?

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ZAP // José Coelho, André Kosters / Lusa

No debate dos Ruis, Rocha acusou Tavares de estar “algures entre a foice e o martelo”. O líder do Livre respondeu que, pelo menos, não está com a motossera na mão, acusando os liberais de nem o problema da calvície saberem resolver.

Os líderes da IL e do Livre estiveram frente a frente, na CNN Portugal, na noite deste domingo, num debate de pré-campanha para as eleições legislativas de 18 de Maio.

Rui Rocha e Rui Tavares alinharam-se nas críticas ao pacote de medidas para responder à Guerra das Tarifas anunciado na semana passada. Os dois líderes partidários consideram que é cedo demais, acusando o Governo de propaganda e eleitoralismo.

Mas, de resto, os pontos de discórdia foram bem patentes. Desde logo, a sustentabilidade da Segurança Social foi um dos temas de destaque.

Rui Rocha defendeu que é necessário “dar instrumentos às pessoas, para que elas próprias possam constituir a sua poupança, e também permitir que as empresas onde essas pessoas trabalham possam reforçar essa poupança, com um investimento que é, do ponto de vista fiscal, vantajoso”.

O presidente da IL criticou também a proposta do Livre de atribuir a cada criança um apoio de cinco mil euros à nascença, considerando-a “financeiramente irresponsável e socialmente injusta”.

O dirigente liberal acusou também o Livre de atacar os jovens ao querer acabar com “um pequeno benefício que os jovens têm”, referindo-se ao regime do IRS jovem.

Rui, se queres falar de irresponsabilidade e aventureirismo e se queres falar de prendas, então vamos falar não de cinco mil euros a quem pode precisar deles na altura de entrar na vida adulta, vamos falar de cinco mil milhões de euros. Ou seja, um milhão de vezes mais, aos mais ricos e principalmente às empresas mais ricas”, respondeu o porta-voz do Livre.

Rui Tavares criticou o “plano do departamento Elon Musk da IL”, para cortar nas despesas do Estado, ou a defesa das privatizações. “E depois é CP “afuera”, RTP “afuera”, Caixa Geral de Depósitos “afuera””, indicou.

O líder do Livre acusou os liberais de “nem o problema da calvície resolverem que era um que me interessava… mas nem esse é resolvido”.

Mais à frente, o presidente da IL afirmou que votar no Livre é “entregar o voto ao BE e ao PCP”, sustentando que “o Livre votou 95% das propostas feitas pelo PCP e 99% das propostas do BE”. “O Livre, embora se apresente como moderado, está a algures entre a foice e o martelo”, criticou Rui Rocha.

Tavares, numa alusão aos cortes de Javier Milei na Argentina, ripostou dizendo que, “pelo menos, não estamos do lado da motosserra”.

Miguel Esteves, ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Parabéns a ambos pela cordialidade, educação, inteligência e preparação apesar de um ser de Direita e outro de Esquerda. Foi lindo ver adversários políticos civilizados.

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