Os tesouros encontrados na sepultura indicam que o indivíduo, cujo sexo e idade ainda são desconhecidos, seria um líder da comunidade.
Há cerca de 6800 anos, um “presidente da câmara” foi enterrado com uma abundância de alimentos e riquezas, incluindo um dente de javali partido ao meio, de acordo com arqueólogos que encontraram esta sepultura rara no sul da Alemanha.
Os restos neolíticos foram descobertos perto da cidade bávara de Eichendorf, próxima de Munique e das fronteiras sudeste da Alemanha com a Áustria e a República Checa. A descoberta foi feita na semana passada por arqueólogos do distrito de Dingolfing-Landau, enquanto escavavam na aldeia de Exing, a cerca de 1,6 quilómetros a oeste.
A pessoa na sepultura foi enterrada com comida e bebida para a vida após a morte; corantes para pintura corporal; um machado de pedra e uma enxó de pedra; e um dente de javali partido em dois.
Os bens funerários luxuosos indicam que a pessoa enterrada tinha um alto estatuto, possivelmente um ancião ou um chefe — e os arqueólogos apelidaram-na de “O Presidente da Câmara”. A investigação ainda não determinou a idade da pessoa quando morreu, nem o seu sexo.
O arqueólogo distrital Florian Eibl disse ao jornal alemão Der Spiegel que era incomum encontrar restos humanos numa sepultura desta época e neste local, pois poucos esqueletos neolíticos sobreviveram. Além disso, os achados indicavam uma pessoa de posição especial, provavelmente mais velha e que tinha ganho a sua riqueza e estatuto, em vez de os ter herdado, relata o Live Science.
As duas partes de um dente de javali eram provavelmente duas metades de um recipiente que outrora continha uma lâmina de sílex e ferramentas para fazer fogo — um símbolo de estatuto, porque caçar javalis selvagens era perigoso naquela época.
A pessoa na sepultura foi enterrada numa posição agachada, e vários vasos foram colocados ao redor da sua cabeça — mas ainda não se sabe o que continham originalmente. Um vaso colocado em frente ao rosto do esqueleto era provavelmente o seu copo pessoal, e também foram colocadas lâminas de pedra na sepultura.
Os achados espetaculares de Exing abrangem cerca de .000 anos, desde o Neolítico até às Idades do Cobre e do Bronze, incluindo peças de joias de ouro. O esqueleto do “Alcaide” será agora examinado no local por um antropólogo e terá fotografias tiradas para produzir um modelo 3D preciso.