Criminalização do enriquecimento injustificado aprovada na especialidade

Mário Cruz / Lusa

A Comissão Parlamentar de Transparência e Estatuto dos Deputados aprovou uma proposta de diploma sobre o enriquecimento injustificado. O texto final vai a votação final na sexta-feira.

A proposta de diploma foi aprovada com unanimidade, à exceção de dois pontos em que o PSD divergiu na votação, por acreditar que vão esbarrar no Tribunal Constitucional, escreve o Observador.

O diploma prevê que titulares de cargos políticos e altos cargos públicos sejam obrigados a justificar o acréscimo do seu património quando este for superior a 50 salários mínimos nacionais — 33.250 euros. Em caso de incumprimento, a pena poderá ir até cinco anos de prisão.

Citada pelo jornal Público, a social-democrata Mónica Quintela defende que isso significa que “as mesmas inconstitucionalidades” apontadas em 2012 e 2015 pelo Tribunal Constitucional continuam presentes.

“Ao ter que identificar os factos que originaram o acréscimo de património, há uma inconstitucionalidade. Está a violar-se a proibição da inversão do ónus da prova e a violar-se a presunção de inocência”, disse a deputada no final da votação.

Em 2012, o Constitucional considerava que a lei criava o crime de suspeita e, em 2015, apontou que abria espaço para um crime de desproporção entre os patrimónios.

Por sua vez, o presidente da Comissão de Transparência, Jorge Lacão, disse que “todos se devem orgulhar” desta proposta de diploma, “seja qual for o resultado em plenário”.

Daniel Costa, ZAP //

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