Arqueólogos descobriram uma antiga harpa de boca com 1.700 anos na Rússia e, surpreendentemente, ainda é capaz de fazer som.
O instrumento é apenas uma de cinco harpas encontradas nos sítios históricos Chultukov Log 9 e Cheremshanka, na região montanhosa da República de Altai. A harpa ainda funcional tem cerca de 11 centímetros de comprimento e 8,5 centímetros de largura.
Os instrumentos provavelmente foram feitos por artesãos a partir de ossos de costela de vacas ou cavalos. Os cientistas acreditam que datam de há 1.700 anos, do período em que os hunos e os seus descendentes controlavam grande parte da Ásia central.
As tribos que povoavam a região na época eram nómadas, espalhando-se através do que hoje é a Mongólia, o Cazaquistão, o nordeste da China e o sul da Rússia.
As harpas esculpidas pelos artesãos de Altai diferem de outros instrumentos antigos encontrados na área. Artesãos da Mongólia e da região da República de Tuva, na Rússia, usavam outros materiais, como chifres de cervo, para fazer harpas de boca. Parte de uma harpa feita de chifre de cervo foi encontrada no sul da Sibéria há cerca de 40 anos.
Enquanto que as harpas de boca encontradas recentemente foram criadas há mais de um milénio, elas parecem bastante modernas em comparação com outros instrumentos musicais antigos conhecidos, como flautas de 43 mil anos feitas de ossos de pássaros e marfins de mamíferos, encontradas numa caverna no sul da Alemanha.
Andrey Borodovsky, professor do Instituto de Arqueologia e Etnografia da Academia Russa de Ciências, que procura os instrumentos há mais de 20 anos, tocou a harpa de boca e afirmou que o som é parecido ao de um flajolé, um instrumento da época do Renascimento semelhante a uma flauta.
ZAP // HypeScience