Fóssil do maior ictiossauro de sempre (e outros gigantes marinhos) encontrados nos Alpes

(dr) Heinz Furrer

Conceito artístico de um ictiossauro a caçar nos mares do Triássico

Paleontólogos encontraram nos Alpes suíços fósseis de alguns dos maiores animais de sempre, com mais de 20 metros de comprimento — incluindo o do maior ictiossauro do mundo.

Cientistas encontraram, nos Alpes suíços, fósseis de antigas criaturas marinhas que atingiram dimensões de mais de 20 metros de comprimento. Isto significa que estas criaturas terão sido alguns dos maiores animais que alguma vez existiram.

Segundo o LiveScience, em causa estão os ictiossauros — e um dos fósseis encontrados pelos investigadores é o maior dente já descoberto destas criaturas.

A largura da raiz do dente é duas vezes maior do que a de qualquer outro réptil aquático conhecido, tendo em conta que a maior raiz de um dente até agora identificada pertencia a um ictiossauro com 15 metros de comprimento.

Segundo o artigo, os paleontólogos identificaram ainda a maior vértebra de tronco encontrada em toda a Europa, o que comprova a existência de um ictiossauro que poderá ultrapassar em tamanho aquele que era considerado o maior exemplar de um réptil marinho conhecido – o ‘Shastasaurus sikanniensis’ -, com 21 metros de comprimento, encontrado no Canadá.

O local onde os fósseis foram descobertos, durante uma operação de mapeamento de uma formação geológica alpina, era, há mais de 200 milhões de anos, um fundo marinho, que com a formação dos Alpes passou a estar a uma altitude de mais de 2.800 metros, explicou Heinz Furrer, um dos autores do estudo.

Parecidos com golfinhos, os ictiossauros eram répteis de 80 toneladas com corpos alongados e barbatanas de cauda verticais que há cerca de 205 milhões de anos viviam no ‘Pantalassa’, o vasto oceano que rodeava o supercontinente Pangeia.

Atualmente curador aposentado no Instituto e Museu Paleontológico da Universidade de Zurique, Heinz Furrer descreveu a descoberta como “o ictiossauro mais comprido do mundo, com o dente mais grosso encontrado até hoje e a maior vértebra do tronco da Europa”.

Wikimedia

Representação de um Ictiossauro (E) e de um Plesiossauro (D), por Édouard Riou (1863).

O autor principal do artigo, Martin Sandler, da Universidade de Bona, disse esperar que este não seja o último grande fóssil da espécie. “Talvez haja mais restos das gigantes criaturas marinhas escondidos sob os glaciares”.

Os paleontólogos admitem que ainda há pouco conhecimento sobre os ictiossauros gigantes.

Estudos anteriores de investigadores do Reino Unido e da Nova Zelândia indiciavam que estes animais chegavam a ser do tamanho de baleias azuis e um artigo de 1978 descrevia uma vértebra de ictiossauro com 45 centímetros de diâmetro.

“É um grande constrangimento para a paleontologia sabermos tão pouco sobre esses ictiossauros gigantes, apesar do tamanho extraordinário dos seus fósseis. Esperemos enfrentar esse desafio e encontrar fósseis novos e melhores em breve”, afirmou o autor Martin Sandler.

Os resultados do estudo foram publicados esta quinta-feira na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology.

ZAP // Lusa

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