O navio Montevideo Maru, que naufragou em 1942 após ser atacado por um submarino norte-americano, foi encontrado nas profundezas do mar da China Meridional, encerrando as buscas pelos destroços e restos mortais do pior desastre marítimo da Austrália.
O Montevideo Maru, afundado a 1 de julho de 1942 por um submarino americano cuja tripulação não sabia que levava prisioneiros de guerra, foi encontrado a mais de quatro mil metros de profundidade.
O afundamento do Montevideo Maru, no qual perderam a vida 979 australianos, dos quais 850 soldados, foi o pior desastre marítimo da Austrália,
Só neste incidente perderam a vida duas vezes mais soldados australianos e civis do que em toda a Guerra do Vietname, superando o naufrágio do HMAS Sydney, em 1941, com 645 mortes, e do navio-hospital Centaur, em 1943, com 268 mortes.
Mais de 1.060 pessoas perderam a vida quando o submarino dos EUA atacou o navio de bandeira japonesa sem saber quem seguia lá dentro. Soldados japoneses, prisioneiros de guerra e civis de 14 países encontravam-se na embarcação.
Segundo um comunicado da fundação Silentworld hoje divulgado, uma equipa de mergulhadores apoiada por empresa uma especializada em águas profundas fez buscas no fundo do mar ao longo de mais de duas semanas até encontrar os destroços.
Segundo a agência AFP, os exploradores começaram a procurar o naufrágio a 6 de abril, no mar da China Meridional, ao noroeste da ilha filipina de Luzon, e conseguiram avistá-lo 12 dias depois usando equipamentos de alta tecnologia, como um veículo submarino com sonar.
“A descoberta do Montevideo Maru fecha um capítulo terrível na história militar e marítima da Austrália”, notou o diretor da Silentworld, John Mullen.
“Esperamos que as notícias de hoje tragam algum conforto aos entes queridos que mantiveram uma longa espera”, reagiu Anthony Albanese, primeiro-ministro australiano, que realça o esforço extraordinário por trás da descoberta e a “promessa solene da Austrália de recordar e honrar sempre os que serviram” o país.
Já o ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro australiano, Richard Marles, referiu, em comunicado, que “estes australianos nunca foram esquecidos. Perdidos nas profundezas dos mares, o seu local de descanso final é agora conhecido”.
A Silentworld enfatizou que nem os destroços do navio nem restos humanos ou pertences pessoais serão recuperados “por respeito a todas as famílias daqueles a bordo”.
ZAP // Lusa
Artigo arrebatador e comovente!