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Encontrado em Jerusalém um raro amuleto islâmico com mil anos

(dr) אליהו ינאי / ארכי

Amuleto encontrado na Cidade de David, em Jerusalém

Uma equipa de arqueólogos que escavava uma das áreas mais antigas de Jerusalém encontrou um pequeno amuleto islâmico, único do seu tipo, com cerca de mil anos.

Segundo o jornal israelita Haaretz, o pequeno amuleto encontrado tinha como objectivo “proporcionar ao seu proprietário a protecção divina de Alá”. De acordo com a Autoridade das Antiguidades de Israel, o achado data do tempo do Califado Abasí, nos séculos IX a X.

O talismã comtém uma inscrição em duas linhas, em árabe, que pode ser traduzida como “Kareem confia em Alá, o Senhor do Mundo é Alá“. Kareem seria provavelmente o proprietário original do talismã, diz o periódico israelita.

“O objectivo de um amuleto deste tipo é obter protecção pessoal contra o mau-olhado”, explica o professor Yiftah Shalev, arqueólogo da Autoridade das Antiguidades de Israel. Segundo o perito, as estuturas do local onde o amuleto foi achado, os fragmentos de cerâmica encontrados no local e a caligrafia da inscrição são típicos o Califado Abasí.

“As estruturas que escavámos estavam muito mal preservadas. Encontrámos também alguns utensílios de cozinha”, diz Shalev. “Parece tratar-se de um complexo residencial, com uma pequena instalação industrial”.

O artefacto foi encontrado durante a escavação do sítio arqueológico anteriormente conhecido como “Parque Givati”, localizado a sul do Monte do Templo, onde se acredita ter nascido a cidade. O local é considerado sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos e um dos mais disputados do Mundo.

Pela sua fragilidade e pequena dimensão, este poderá ser um amuleto único no seu género, afirmam os arqueólogos. A composição do artefacto, de barro friável, permite supor que houvesse outros do género no local, que ao longo dos séculos tenham sido destruídos.

O pequeno objecto parece ter sobrevivido intacto até aos dias de hoje por se encontrar enterrado entre camadas de gesso, não sendo possível determinar, explicam os arqueólogos, se o artefacto foi deliberadamente colocado no gesso durante a construção do edifício, ou se o misterioso “Kareem” simplesmente o perdeu.

A cidade de Jerusalém é habitada há pelo menos 7.000 anos. A santidade histórica do Monte do Templo, também chamado Cidade de David ou Esplanada das Mesquitas, é uma das razões pelas quais os antigos judeus e mais tarde os muçulmanos construíram no local alguns dos seus principais monumentos religiosos.

Os judeus, que acreditam que este é o sítio onde Deus juntou a poeira com que criou Adão e onde Abraão tentou sacrificar o filho, Isaac, construíram no local o Templo de Salomão, destruído pelos babilónios em 587 A.C. O antigo templo foi reconstruído e de novo destruído, pelos romanos, em 70 D.C.

O Monte do Templo, ou Al-Haram al-Sharif, é também sagrado para os muçulmanos, que construíram a emblemática Cúpula da Rocha, um dos monumentos religiosos mais importantes do Islão, no local em que Maomé teria ascendido ao céu.

ZAP // Haaretz

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