Encontrado casal sepultado há mil anos. A mulher não tinha ossos faciais

Jan Woitas / dpa

A mulher foi sepultada (ao lado do provável marido) sem os ossos faciais

Uma equipa de arqueólogos alemães descobriu uma dupla sepultura com mil anos no local de um antigo palácio imperial, que encerra um mistério intrigante: uma mulher enterrada ao lado de um homem, presumivelmente seu marido, mas com todos os ossos faciais ausentes.

Uma misteriosa sepultura dupla foi encontrada em Eisleben, cidade no estado da Saxónia-Anhalt, na Alemanha, conhecida por ser o local de nascimento do teólogo alemão Martinho Lutero.

A sepultura, datada do século IX, continha os restos de um homem ligeiramente mais alto, com os ossos faciais intactos, e uma mulher com pouco mais de um metro e cinquenta de altura, cujo esqueleto facial estava ausente.

Segundo Felix Biermann, diretor do Gabinete Estadual da Saxónia-Anhalt para a Preservação de Monumentos e Arqueologia, é provável que o casal tivesse um elevado estatuto social, dada a proximidade do local do achado a um antigo palácio imperial e os objetos com que o homem foi enterrado.

Segundo o Arkeonews, o homem foi encontrado com uma faca e um conjunto de cintos e encaixes para um bastão oficial, habitualmente associados a generais, o que sugere que se trataria de um alto dignitário da hierarquia militar da época.

Em contraste, a mulher foi sepultada sem nenhum objeto, detalhe que os investigadores suspeitam possa ter a ver com a suas possíveis crenças cristãs — que poderiam ter influenciado o seu desejo de um enterro simples.

Os arqueólogos não encontram explicação para a ausência de ossos faciais na mulher, que parece ter sido enterrada nessa condição, uma vez que a sepultura foi encontrada sem qualquer perturbação ou sinais de violação.

A descoberta ocorreu no âmbito de extensas escavações no local, que revelaram as também as ruínas de um antigo castelo, casas subterrâneas e um palácio real do século XII construído sobre a estrutura original.

Estas ruínas fornecem informações valiosas sobre a vida da população que ali vivia entre 750 e 1024 d.C, durante as dinastias Carolíngia e Otoniana.

A condição misteriosa da mulher envolve estas descobertas arqueológicas em mistério, que os investigadores planeiam agora deslindar. Exames laboratoriais adicionais dos restos mortais do casal poderão permitir descobrir mais sobre as suas vidas — e as circunstâncias que rodearam o invulgar enterro da mulher.

ZAP //

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